Um crime brutal ocorrido no último sábado, 24 de maio, chocou os moradores da região das Moreninhas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e ganhou repercussão nacional pela frieza de sua execução e pela dor deixada às famílias envolvidas. O policial militar aposentado Nelson Carvalho Vieira, de 69 anos, e seu neto Denner Vieira Vasconcelos, de apenas 21 anos, foram assassinados a tiros na varanda de casa, enquanto, segundo familiares, desfrutavam de um momento de descanso e convivência familiar.
O principal suspeito do crime é Guilherme Urbanek da Rocha, que, na noite do dia seguinte ao crime, se apresentou espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Cepol, acompanhado de um advogado. Durante seu depoimento, Guilherme confessou friamente a autoria do duplo homicídio e ainda indicou aos policiais o local onde escondeu a arma utilizada no crime, facilitando a apreensão do objeto e a confirmação de sua versão dos fatos.
Apesar da confissão e da gravidade do crime, Guilherme foi liberado após prestar depoimento, uma vez que, no momento de sua apresentação, não havia mandado de prisão expedido contra ele. Tal fato gerou revolta e indignação entre familiares das vítimas e a comunidade local, que se questionaram sobre a liberdade do autor confesso de um crime tão hediondo.
Na tarde desta segunda-feira, 26 de maio, a delegada Sueily Araújo, titular da 4ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação do caso, confirmou que já foi instaurado inquérito policial para apurar os detalhes e esclarecer todas as circunstâncias do duplo homicídio. A autoridade policial também informou que, após o início das diligências, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva de Guilherme, medida que, segundo a delegada, busca garantir o andamento seguro das investigações e evitar eventuais interferências ou fugas.
A delegada destacou ainda que o inquérito tramita sob absoluto sigilo, justamente para não comprometer o trabalho da polícia, que busca apurar com rigor todos os elementos envolvidos no crime, inclusive a participação de um segundo suspeito que, segundo relatos de testemunhas, conduzia a motocicleta utilizada na ação criminosa.
Conforme as investigações preliminares, na noite do crime, Guilherme e um comparsa chegaram à Rua Anacá, no bairro das Moreninhas, em uma motocicleta Honda Biz de cor branca. O garupa desceu do veículo e, sem qualquer aviso ou chance de defesa, efetuou diversos disparos na direção do neto, Denner, que estava na varanda com o avô. Em um ato desesperado de amor e proteção, Nelson teria se colocado à frente do neto na tentativa de salvá-lo, mas ambos foram atingidos fatalmente.
A motivação para o crime, segundo o próprio autor e conforme apurado pela polícia, seria um acerto de contas motivado por vingança. Guilherme teria decidido tirar a vida de Denner em represália à morte de seu próprio irmão Gustavo Adorno Urbanek, um adolescente de 17 anos, assassinado em janeiro de 2024. De acordo com os relatos, na ocasião, Guilherme era o verdadeiro alvo, mas o irmão, ao tentar defendê-lo ou protegê-lo, acabou atingido e morto. Desde então, Guilherme teria alimentado o desejo de vingança, culminando na tragédia que vitimou o avô e o neto.
Entretanto, a família de Nelson e Denner contesta a versão apresentada pelo autor confesso e pela polícia, sustentando que ambos foram mortos por engano. Para os parentes, as vítimas não teriam qualquer envolvimento com a morte do irmão de Guilherme, nem com disputas ou conflitos criminosos. Amigos e familiares descrevem Nelson como um homem honrado, de carreira respeitável na Polícia Militar, e Denner como um jovem trabalhador, dedicado aos estudos e à família.
O crime deixou marcas profundas na comunidade das Moreninhas, bairro conhecido pela convivência pacífica de seus moradores, mas também assolado, como outras regiões periféricas do país, pelo avanço da violência urbana e por conflitos associados à criminalidade.
Até o momento, a identidade do piloto da motocicleta que acompanhava Guilherme no dia do crime ainda não foi revelada, e a polícia segue em diligências para identificá-lo e apurar seu grau de participação na execução do duplo homicídio. A expectativa é que novas medidas sejam adotadas nos próximos dias, com o possível deferimento da prisão preventiva de Guilherme e novas prisões relacionadas ao caso.
O assassinato de Nelson e Denner reabre o debate sobre a banalização da vida, a escalada da violência por motivações pessoais e a necessidade de respostas mais rápidas e eficazes do sistema de justiça criminal. Para a família das vítimas, resta agora a dor da perda e a esperança de que a justiça seja feita, punindo exemplarmente os responsáveis e evitando que outras famílias sofram tragédias semelhantes.
A Polícia Civil mantém o caso sob sigilo e reforça o apelo para que eventuais testemunhas ou pessoas com informações relevantes se apresentem e colaborem com a investigação.
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