O preço da soja encerrou o mês de maio com uma valorização significativa no Porto de Paranaguá, no Paraná, consolidando uma tendência de recuperação das cotações no mercado brasileiro, mesmo diante da instabilidade observada nas bolsas internacionais. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o grão alcançou, na sexta-feira, 30 de maio, o valor de R$ 134,56 por saca de 60 quilos, representando um avanço de 1,17% em relação aos preços registrados anteriormente. No acumulado do mês, a elevação foi de 1,83%, impulsionada principalmente pela valorização cambial e pelos prêmios de exportação.
O Porto de Paranaguá, tradicionalmente um dos mais importantes corredores de escoamento da soja brasileira, reflete com precisão as oscilações do mercado e a dinâmica das negociações internacionais. A alta observada em maio se deve, em grande medida, à combinação de fatores como o comportamento do câmbio, que favoreceu as exportações, e os prêmios pagos aos exportadores, que compensaram parcialmente a pressão de baixa exercida pelo mercado internacional.
O mercado doméstico, de maneira geral, apresentou poucas alterações nos preços ao longo do mês, em razão da finalização do ciclo de colheita da safra. Com os armazéns abastecidos e diante das recentes flutuações nos preços, os produtores brasileiros adotaram uma postura estratégica, optando por realizar vendas pontuais nos momentos de pico das cotações no mercado spot, ao mesmo tempo em que aguardam uma possível recuperação mais robusta dos preços ao longo do segundo semestre.
Enquanto isso, no cenário internacional, as cotações da soja encerraram o mês em baixa na Bolsa de Chicago, referência global para o preço da oleaginosa. Na última sessão de maio, os contratos futuros registraram desvalorização, acompanhando a queda nos preços do óleo de soja, um dos principais derivados do grão. Os lotes para entrega em julho fecharam o dia com baixa de 0,95%, cotados a US$ 10,4175 por bushel. Já o contrato para agosto encerrou o pregão negociado a US$ 10,36 por bushel.
De acordo com dados do Valor Data, o preço internacional da soja acumulou uma retração de 1,52% em maio, o equivalente a US$ 0,16 por bushel, tomando-se como base o segundo contrato mais negociado no painel da Bolsa de Chicago, atualmente o de agosto de 2025. Essa queda reflete não apenas a pressão exercida pela safra sul-americana, mas também o comportamento do mercado global de óleo vegetal, que vem impactando negativamente as expectativas em torno do complexo soja.
Nas demais praças de comercialização do Brasil, a Scot Consultoria levantou os seguintes valores para a saca de soja: R$ 118,50 em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia; R$ 117,00 em Rio Verde, Goiás; R$ 115,00 em Balsas, no Maranhão; R$ 118,50 no Triângulo Mineiro; e R$ 117,00 em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Nos principais portos do país, além de Paranaguá, os preços também permaneceram em patamares elevados: R$ 133,00 por saca em Santos, São Paulo, e R$ 133,50 no Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
O comportamento do mercado neste mês evidencia a importância estratégica das exportações para a formação de preços da soja brasileira, uma vez que as cotações internas são diretamente influenciadas pelos prêmios internacionais e pelo câmbio. A valorização do dólar frente ao real, ao longo do mês, beneficiou os exportadores, tornando a soja brasileira mais competitiva no mercado global e estimulando a movimentação nos portos.
Por outro lado, a pressão negativa exercida pela queda dos preços internacionais, aliada à expectativa de estoques confortáveis tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mantém uma relativa cautela entre os agentes do mercado. A perspectiva para os próximos meses envolve a análise de variáveis como o comportamento do clima nas regiões produtoras norte-americanas, que se aproximam do período de desenvolvimento da nova safra, e a evolução das relações comerciais entre os principais países consumidores, como China e União Europeia.
O Brasil, consolidado como o maior exportador mundial de soja, desempenha papel central na formação do mercado internacional, sendo responsável por atender parte expressiva da demanda global. A safra 2024/2025 apresentou números robustos, e a eficiência logística, especialmente nos portos de Santos, Paranaguá e Rio Grande, garante ao país vantagem competitiva frente aos principais concorrentes.
O mês de maio, portanto, encerra-se com um cenário de valorização nas principais praças de exportação, embora com sinais divergentes entre o mercado doméstico e o internacional. Para os próximos meses, os analistas preveem um mercado volátil, dependente das oscilações cambiais, da demanda chinesa e da evolução das condições climáticas na América do Norte.
Em meio a esse ambiente desafiador e competitivo, o produtor brasileiro segue atento às oportunidades, ajustando suas estratégias de comercialização para maximizar a rentabilidade e garantir o escoamento eficiente da produção.
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