Mato Grosso do Sul, 10 de julho de 2025
Campo Grande/MS
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Preço da soja recua em meio a tensões comerciais e pressão internacional

Mercado interno sente os efeitos da queda global, mas tarifas americanas devem ter impacto limitado sobre o grão brasileiro

O preço da soja apresentou nova retração nesta quinta-feira, refletindo um cenário de intensa pressão internacional e instabilidade nos mercados agrícolas. Mesmo diante da recente decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre uma série de produtos brasileiros, o impacto direto sobre a oleaginosa, principal item do agronegócio nacional, deve ser limitado, uma vez que o Brasil exporta volumes residuais de soja para o mercado norte-americano.

No porto de Paranaguá, um dos principais terminais de escoamento da produção agrícola do Brasil, a saca de 60 quilos foi cotada a R$ 134,91, conforme o indicador do Cepea, o que representa uma leve queda de 0,27% em relação ao dia anterior. Já em importantes polos produtores do interior do país, como Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o recuo acumulado na semana alcançou 0,8%, com a saca sendo negociada a R$ 117.

A queda nos preços não se restringiu ao território brasileiro. Na bolsa de Chicago, referência global para as commodities agrícolas, o contrato da soja para agosto sofreu uma desvalorização de 1,2%, atingindo o patamar de US$ 10,0900 por bushel. Essa tendência de queda é atribuída à combinação de dois fatores principais: a forte demanda chinesa por soja da América do Sul, especialmente do Brasil, e o consequente aumento da oferta no mercado global, que reduziu o volume exportado pelos Estados Unidos.

A crescente competitividade da soja brasileira no cenário internacional tem exercido papel determinante nesse processo. Com custos de produção mais controlados, produtividade em crescimento e uma logística portuária cada vez mais eficiente, o Brasil consolidou-se como o principal fornecedor de soja para a China, principal importadora do grão. Segundo especialistas do setor, a valorização dos prêmios nos portos brasileiros evidencia a robustez da demanda chinesa e a preferência pelo produto nacional, mesmo em um contexto de oscilação de preços.

No oeste da Bahia, por exemplo, o cenário é de otimismo no campo. A safra 2024/2025 teve um crescimento expressivo de 7,8% na área plantada em relação à temporada passada, alcançando 2,135 milhões de hectares, conforme o boletim da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Isso demonstra o vigor da produção agrícola em uma das regiões mais estratégicas para o cultivo da oleaginosa no país.

A despeito do aumento nas tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que incluem o setor de cobre, semicondutores e produtos farmacêuticos, tendem a afetar de forma mais direta outros segmentos da economia nacional. No caso da soja, os embarques para o mercado norte-americano representaram menos de 5% das 98,8 milhões de toneladas exportadas em 2024, número que confirma a irrelevância relativa do destino americano na balança do agronegócio brasileiro.

No mercado doméstico, os preços continuam a oscilar levemente, acompanhando o cenário internacional. A consultoria AgRural registrou nesta quarta-feira as seguintes cotações para a saca de soja: R$ 115,50 em Balsas (MA), R$ 120 no Triângulo Mineiro, R$ 117 em Rio Verde (GO) e Dourados (MS), e R$ 112 em Sorriso (MT). Nos portos, os preços mantêm relativa estabilidade, com R$ 134 em Santos (SP) e R$ 134,50 em Rio Grande (RS).

Apesar da volatilidade momentânea, analistas do setor preveem que a posição brasileira no comércio global de soja permanecerá sólida, amparada por uma estrutura produtiva moderna, capacidade de expansão territorial e relação estratégica com os grandes compradores, especialmente a China. A movimentação cambial, o comportamento do clima e as sinalizações futuras da política monetária norte-americana também continuarão a influenciar os preços da commodity nas próximas semanas.

Em síntese, a soja brasileira segue como pilar fundamental do agronegócio nacional. Ainda que o mercado apresente ajustes pontuais, o setor demonstra resiliência diante dos desafios impostos pelo cenário geopolítico e comercial, reafirmando o protagonismo do Brasil na produção e exportação da oleaginosa em escala global.

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