Mato Grosso do Sul, 11 de maio de 2025
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Preço de alimentos sobe em Março e pesa no bolso dos brasileiros e pressionam a inflação

Alta no valor do ovo, café e tomate impulsiona inflação do setor de alimentação e bebidas; outros produtos também registram aumento e preocupam consumidores
Cotações do cacau e do suco de laranja também despencaram com mau humor do mercado financeiro
Cotações do cacau e do suco de laranja também despencaram com mau humor do mercado financeiro

Os preços dos alimentos voltaram a subir com força em março, pressionando o orçamento das famílias brasileiras. Segundo a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi puxada principalmente pelo ovo, café e tomate, produtos básicos na mesa dos brasileiros.

Os três alimentos juntos responderam por 0,13 ponto percentual do IPCA-15 de março, ou seja, 20,3% da taxa de 0,64% do índice geral. O aumento da inflação na categoria de alimentação e bebidas chegou a 1,09% no mês, respondendo sozinho por 37,5% da inflação geral. Esse resultado preocupa, já que a alimentação tem um peso significativo no orçamento das famílias, principalmente das mais vulneráveis.

Ovo dispara e segue como o grande vilão da inflação

O ovo, fonte de proteína acessível para milhões de brasileiros, teve um aumento expressivo de 19,44% em março. Esse reajuste foi o segundo maior impacto individual no IPCA-15 do mês, ficando atrás apenas da gasolina, que subiu 1,83%. O preço elevado do ovo tem como justificativa a alta nos custos da ração das aves, o aumento da demanda e as condições climáticas que afetam a produção. Com esse cenário, o produto ficou mais caro tanto no atacado quanto no varejo, dificultando o acesso dos consumidores.

Café também fica mais caro e pesa na refeição da matinal

O café moído, bebida indispensável na rotina da maioria dos brasileiros, teve um aumento de 8,53% em março. Esse reajuste também impactou fortemente a inflação do mês, com influência de 0,05 ponto percentual no índice. A alta no preço do café é reflexo de fatores como oscilações no mercado internacional, problemas climáticos que afetaram a colheita e a valorização do dólar, que encarece a exportação e reduz a oferta interna. Com isso, os consumidores perceberam um impacto direto na hora de comprar o produto nos supermercados.

Tomate tem forte alta e segue como um dos produtos mais voláteis

O tomate, que frequentemente oscila de preço ao longo do ano, registrou uma alta de 12,57% em março. Esse aumento elevou ainda mais os custos da alimentação no Brasil, já que o tomate é amplamente consumido tanto em preparações caseiras quanto na alimentação fora do lar. A alta no preço do produto é resultado de fatores sazonais, como chuvas intensas e calor excessivo, que afetam a produção e reduzem a oferta do produto nos mercados.

Outros alimentos também tiveram reajustes significativos

Além do ovo, café e tomate, outros produtos da cesta básica também apresentaram aumentos expressivos. O leite longa vida, que já vinha subindo nos últimos meses, registrou uma alta de 3,21%, impactado pelo aumento nos custos de produção e logística. O arroz e o feijão, alimentos essenciais no prato dos brasileiros, também sofreram reajustes devido à alta nos insumos agrícolas e fatores climáticos adversos.

O óleo de soja teve aumento de 4,78%, reflexo das oscilações no mercado internacional e da valorização da soja no Brasil. Já as carnes, que vinham apresentando uma trajetória de queda nos últimos meses, voltaram a subir, com alta de 1,27%, pressionadas pelo aumento das exportações e pelos custos com insumos e transporte.

Alimentação fora de casa também sente o impacto

Os consumidores que optam por fazer refeições fora de casa também sentiram o impacto da inflação. O custo da refeição subiu 0,62% em março, acelerando em relação ao mês de fevereiro, quando a alta foi de 0,43%. O preço dos lanches também subiu, mas em menor ritmo do que no mês anterior, passando de 0,77% para 0,68%. Esse aumento reflete os reajustes nos insumos utilizados pelos restaurantes, além dos custos operacionais, como energia elétrica e aluguel.

Inflação de alimentos em 12 meses supera índice geral

No acumulado dos últimos 12 meses até março, os preços da alimentação subiram 7,30%, superando a inflação geral do IPCA-15, que ficou em 5,26% no mesmo período. Esse cenário reforça a preocupação com a alta dos alimentos, que impacta principalmente as famílias de menor renda, que destinam uma parcela maior do orçamento para a alimentação.

Outros setores também apresentaram aumento

Além da alimentação, outros setores da economia registraram alta de preços em março. O grupo de transportes teve inflação de 0,92%, impulsionado pelo aumento da gasolina. O setor de vestuário também voltou a subir, com reajuste de 0,28%, após ter registrado leve queda no mês anterior. O grupo de despesas pessoais teve uma alta expressiva de 0,81%, enquanto a comunicação subiu 0,32%.

Por outro lado, a inflação desacelerou em áreas como habitação (de 4,34% para 0,37%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,54% para 0,35%). O setor de educação, que teve forte alta em fevereiro devido aos reajustes das mensalidades escolares, registrou apenas 0,07% de aumento em março.

Perspectivas para os próximos meses

Especialistas alertam que a inflação dos alimentos pode continuar pressionada nos próximos meses, especialmente devido à instabilidade climática, às oscilações do dólar e aos custos da produção agrícola. Para os consumidores, a recomendação é buscar alternativas mais acessíveis, substituindo produtos em alta por opções mais baratas e pesquisando preços em diferentes estabelecimentos.

Com a alimentação sendo um dos principais fatores que pesam no orçamento das famílias, o desafio será encontrar maneiras de equilibrar os gastos e evitar impactos ainda maiores no custo de vida.

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