O mercado físico do boi gordo segue apresentando um viés de alta, principalmente devido à baixa oferta de machos terminados, especialmente os conhecidos como “boi-China”, destinados ao mercado internacional. Com a diminuição do número desses animais no mercado, as negociações têm sido mais favoráveis para os pecuaristas, o que está resultando em uma leve valorização nos preços da arroba em algumas regiões.
Na terça-feira, 11 de março, os preços da arroba se mantiveram estáveis na maior parte das regiões, com pequenas variações. De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate continuam curtas em diversas partes do Brasil, o que tem gerado um cenário favorável para que os preços da arroba subam de forma moderada. “Com um bom escoamento da carne bovina neste início de mês, há espaço para alguma elevação nos preços”, explicou Iglesias.
A oferta restrita de machos jovens, os “boi-China”, tem pressionado positivamente os preços no mercado.
A consultoria Agrifatto também ressaltou que a escassez de machos aptos para exportação continua a ser um desafio para os frigoríficos, que enfrentam dificuldades nas negociações devido à baixa disponibilidade de animais para abate. “As escalas de abate não ultrapassam oito dias, o que dificulta as negociações e pressiona positivamente os preços do boi gordo”, explicou a Agrifatto.
No levantamento feito pela Agrifatto para o dia 11 de março, os preços médios da arroba do boi gordo foram os seguintes:
- São Paulo: R$ 310,75 (leve queda em relação ao dia anterior)
- Goiás: R$ 290,18 (ligeira queda)
- Minas Gerais: R$ 307,53 (estável)
- Mato Grosso do Sul: R$ 294,20 (leve recuo)
- Mato Grosso: R$ 298,72 (leve alta)
O “boi-China” em São Paulo foi cotado a R$ 315/@, enquanto o boi gordo comum permaneceu estável em R$ 305/@. A média nacional do boi gordo nas regiões monitoradas fechou em leve alta, registrando R$ 289/@.
Apesar das restrições temporárias impostas pela China a três frigoríficos brasileiros, o mercado de exportação segue forte. A Agrifatto aponta que, só na primeira semana de março, o Brasil embarcou cerca de 60 mil toneladas de carne bovina, com previsão de alcançar um recorde mensal de 205 mil toneladas.
No mercado futuro, os contratos de boi gordo na B3 avançaram pelo segundo dia consecutivo. Os destaques foram os vencimentos para maio/25 e junho/25, que registraram valores de R$ 305,55/@ e R$ 308,19/@, respectivamente, com uma valorização diária de 2,29%.
Fernando Iglesias também destacou que o mercado atacadista segue estável, mas com uma perspectiva de leve alta nos preços, especialmente com a entrada dos salários no mercado. Contudo, ele observou que o consumidor ainda está optando por proteínas mais baratas, como frango, ovos e embutidos, o que pode limitar a recuperação dos preços da carne bovina. Atualmente, os preços médios no atacado são:
- Quarto traseiro: R$ 24,50/kg
- Dianteiro: R$ 18,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,00/kg
Além disso, o câmbio também desempenha um papel importante no mercado de carne bovina. O dólar comercial fechou em queda de 0,75%, cotado a R$ 5,8102 na venda, o que pode ter um impacto positivo nas exportações brasileiras nos próximos dias.
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