O prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, gerou repercussão ao publicar vídeos polêmicos em sua conta do Instagram, onde possui 859 mil seguidores. Na quarta-feira (19), Ferro afirmou estar sendo alvo de ataques internos e ameaçou romper com seu grupo político e o PSDB, partido pelo qual foi reeleito no ano passado.
A insatisfação do prefeito surgiu após reportagens destacarem um contrato da Prefeitura de Ivinhema no valor de R$ 5 milhões para a manutenção de veículos e maquinários, gerenciado por uma empresa de tecnologia sediada em Cuiabá. O proprietário da empresa, Jânio Correa da Silva, foi preso em 2024 em uma operação do Ministério Público de Mato Grosso por suspeita de fraudes em contratos com prefeituras e câmaras municipais, totalizando R$ 1,8 bilhão.
Visivelmente irritado, Ferro fez ameaças a supostos adversários internos: “Se você for vir pra cima de mim, não vem com isqueirinho, não, porque eu vou com lança-chamas”, declarou. Em um segundo vídeo, o prefeito amenizou o tom, descartando envolvimento do ex-governador Reinaldo Azambuja e do atual governador Eduardo Riedel. Ele mencionou que, após suas declarações, recebeu convites de outros partidos.
A polêmica levanta questionamentos sobre a gestão de recursos públicos em Ivinhema, com suspeitas sobre a necessidade e transparência do contrato firmado.
Histórico de Controvérsias
Esta não é a primeira vez que Juliano Ferro se vê envolvido em escândalos. Em 2024, a Justiça de Mato Grosso do Sul bloqueou R$ 300 mil das contas do prefeito e de sua esposa, Samara da Silva Donato, após a descoberta de que ele teria utilizado recursos arrecadados com uma rifa beneficente para adquirir uma caminhonete de luxo avaliada em mais de R$ 500 mil. O Ministério Público apontou que os valores arrecadados deveriam beneficiar entidades assistenciais, mas foram desviados para uso pessoal do prefeito.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) entrou com uma ação para que a caminhonete fosse leiloada, argumentando que o veículo teria sido adquirido com recursos de origem ilícita. Além disso, Ferro foi citado em investigações da Polícia Federal sobre aquisição de bens de alto valor com suspeita de lavagem de dinheiro. Ele teria comprado uma casa e uma caminhonete Silverado de um dos investigados em uma operação que apura um esquema de tráfico de drogas entre o Paraguai e grandes centros urbanos brasileiros.
Operações Policiais e Novas Acusações
Nos últimos anos, Ferro também foi alvo de operações policiais que miram a administração pública e sua conduta financeira. Em 2023, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do prefeito e em prédios da prefeitura, investigando supostos desvios de verbas da saúde e educação. As denúncias indicavam superfaturamento na compra de materiais escolares e medicamentos, além de suspeitas sobre contratos emergenciais sem licitação.
Em outra investigação, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou possíveis irregularidades em repasses de recursos federais destinados à infraestrutura do município. Segundo os relatórios, obras que deveriam ter sido concluídas estavam inacabadas ou apresentavam indícios de sobrepreço.
O envolvimento do prefeito em polêmicas e investigações coloca sua gestão sob intensa pressão. Apesar das acusações, Ferro mantém um discurso de resistência, alegando ser vítima de perseguição política. No entanto, a sucessão de denúncias e operações levanta dúvidas sobre o futuro de sua carreira política e possíveis consequências legais.
Diante das sucessivas polêmicas e da recente crise política, o futuro de Juliano Ferro permanece incerto. Caso deixe o PSDB, poderá enfrentar desafios para manter apoio em uma eventual nova candidatura. Por ora, sua estratégia segue sendo a de adotar um tom combativo, que lhe rendeu popularidade, mas também o colocou no centro de diversas polêmicas.
#JulianoFerro #Ivinhema #PSDB #PolêmicaPolítica #Corrupção #Gaeco #MatoGrossoDoSul #RifaBeneficente #LavagemDeDinheiro #InvestigacaoCriminal #EscandaloPolitico