Mato Grosso do Sul, 16 de maio de 2025
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Primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no Brasil mobiliza autoridades e reforça alerta sanitário nacional

Ministério da Agricultura confirma caso em criadouro no Rio Grande do Sul e inicia operação emergencial; risco à população é baixo, mas exige vigilância redobrada
Confirmação em matrizeiro de Montenegro (RS) aciona protocolos rigorosos
Confirmação em matrizeiro de Montenegro (RS) aciona protocolos rigorosos

A confirmação do primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de produção comercial no Brasil marca um novo capítulo na vigilância sanitária do país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou na tarde desta quinta-feira, 15 de maio, que o vírus foi detectado em um matrizeiro de aves no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, acendendo o alerta em todo o setor avícola e nas autoridades sanitárias federais.

Este é o primeiro registro do vírus em ambiente de produção industrial de aves no território nacional, o que interrompe uma histórica resistência da avicultura comercial brasileira à doença. Até então, o Brasil mantinha-se livre de casos do tipo, mesmo diante da circulação constante da gripe aviária em países da Ásia, África e Europa desde 2006. A chegada do vírus em uma unidade produtiva coloca à prova todo o aparato de biossegurança construído ao longo de décadas por autoridades, produtores e técnicos.

O foco foi confirmado após testagens realizadas em aves do criadouro e, imediatamente, as ações previstas no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária foram deflagradas. Entre elas, destacam-se a interdição da granja, a eliminação sanitária dos animais doentes, a desinfecção das instalações e o bloqueio de movimentação de aves e materiais nas áreas adjacentes.

O Ministério da Agricultura tranquilizou a população ao afirmar que não há risco de transmissão da doença por meio do consumo de carne de aves ou ovos. Todos os produtos inspecionados seguem sendo considerados seguros para a alimentação. Ainda segundo o Mapa, o risco de infecção humana é extremamente baixo e, quando ocorre, costuma afetar apenas profissionais com contato direto e prolongado com aves contaminadas.

Mesmo com esse risco reduzido, a gripe aviária é considerada uma zoonose de alto impacto. Nos casos em que o vírus infecta seres humanos, pode causar febre alta, dores musculares, tosse seca e, em quadros mais graves, evoluir para pneumonias severas, falência respiratória e até morte. A letalidade da doença em humanos, quando ocorre, é consideravelmente alta, com registros históricos em surtos na Ásia, especialmente envolvendo as variantes H5N1 e H7N9.

A Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), bem como os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, foram oficialmente notificados, assim como os parceiros comerciais do Brasil. A preocupação agora é manter a credibilidade do país como principal exportador global de carne de frango, setor que movimenta bilhões de reais e responde por expressiva parcela da balança comercial nacional.

A atuação do serviço veterinário oficial, que desde os anos 2000 vem sendo preparado para este tipo de ocorrência, será decisiva. Técnicos já iniciaram a investigação epidemiológica para identificar a origem da contaminação, enquanto medidas educativas estão sendo reforçadas nas regiões produtoras, inclusive com ações nas fronteiras, pontos de entrada de animais e feiras agropecuárias.

Nos últimos anos, a vigilância sanitária brasileira concentrou esforços no monitoramento de aves migratórias e silvestres, principais vetores da doença em seu ciclo natural. Além disso, produtores têm sido orientados a manter rígidos protocolos de biossegurança, como a limitação do acesso às granjas, controle de veículos e materiais, uso de roupas apropriadas e afastamento de fontes externas de contaminação.

Apesar da gravidade do caso, especialistas reforçam que a rápida identificação e a pronta reação do sistema sanitário são sinais positivos e fundamentais para conter a disseminação da doença. O Brasil ainda é considerado zona livre de influenza aviária em aves comerciais, status que será mantido desde que o controle do foco se mostre eficiente e eficaz nos próximos dias.

A gripe aviária, embora rara em humanos, é uma ameaça latente diante da globalização das cadeias produtivas e da intensificação dos fluxos migratórios de aves selvagens. A detecção em solo brasileiro não representa apenas um desafio sanitário, mas também um chamado à vigilância constante, à transparência na comunicação e à cooperação entre autoridades, produtores e a sociedade civil.

A expectativa agora é de que a doença seja contida no local, sem novos registros, mantendo o Brasil como um dos principais e mais respeitados fornecedores de proteína animal no mundo. O cenário exige prudência, agilidade e rigor técnico, atributos que o serviço veterinário e o setor agropecuário nacional têm buscado aperfeiçoar ao longo das últimas décadas.

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