Mato Grosso do Sul, 17 de abril de 2025
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Procurador atira em morador de rua após dano em veículo de luxo e causa comoção em Cuiabá

Violência e desigualdade se cruzam em caso brutal que chocou Cuiabá e reacende debate sobre direitos humanos e impunidade
Procurador da ALMT, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva
Procurador da ALMT, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva

A cidade de Cuiabá foi palco de um crime que abalou a população e levantou sérios questionamentos sobre a violência, desigualdade social e os limites do uso de força por parte de autoridades. O procurador Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, integrante da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, é acusado de ter assassinado a sangue frio Ney Muller Alves Pereira, de 42 anos, morador em situação de rua, com um tiro no rosto, após um suposto dano causado em seu carro de luxo, uma Land Rover.

O caso ocorreu na noite da última quarta-feira, no bairro Boa Esperança. De acordo com relatos e imagens de câmeras de segurança, o procurador, ao notar que seu veículo havia sido danificado em um posto de combustíveis, chamou a vítima para perto de seu carro. Quando Ney se aproximou, Luiz Eduardo disparou um tiro à queima-roupa, fugindo do local em seguida. Ney morreu na hora, sem qualquer chance de defesa.

Horas depois, Luiz Eduardo se entregou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acompanhado de um advogado. Ele também entregou a arma do crime e o carro utilizado na ocasião. A Polícia Civil enquadrou o crime como homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de emboscada.

A brutalidade do assassinato causou forte indignação pública e reações de autoridades. A Assembleia Legislativa do Mato Grosso, onde o procurador exercia suas funções, divulgou nota lamentando o ocorrido e afirmando que medidas administrativas serão adotadas. O presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), declarou que não se pode tolerar a banalização da vida. “Todos têm direito à ampla defesa, mas não podemos aceitar nem banalizar um tipo de crime como esse. Uma vida foi ceifada e não podemos admitir isso”, disse.

A morte de Ney Muller, além de um grave episódio criminal, revela o abismo social existente nas cidades brasileiras. Homens e mulheres em situação de rua são, frequentemente, alvo de preconceito, violência e invisibilidade. A forma como o procurador reagiu ao dano material, utilizando da própria condição de autoridade para agir com brutalidade, evidencia uma triste realidade de desumanização dos mais vulneráveis.

Especialistas em direitos humanos alertam para a necessidade de que o caso seja tratado com rigor, não apenas do ponto de vista jurídico, mas também como um símbolo de algo maior: o desprezo pela vida de quem não tem teto, não tem voz, não tem proteção.

Organizações sociais e movimentos populares têm se mobilizado em solidariedade à vítima e exigem punição exemplar para o procurador. Protestos e vigílias estão sendo organizados por ativistas locais, cobrando justiça e reforçando a importância de políticas públicas para a proteção de pessoas em situação de rua.

A investigação segue sob responsabilidade da DHPP, que deverá ouvir novas testemunhas e analisar o conteúdo de câmeras de monitoramento do local. A expectativa é de que o Ministério Público acompanhe de perto o andamento do processo, dada a gravidade e repercussão do crime.

A sociedade espera que este caso não termine em impunidade e que a Justiça prevaleça. A memória de Ney Muller deve servir de alerta para um país que ainda precisa aprender a valorizar todas as vidas independentemente de sua posição social.

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