A produção agroindustrial brasileira demonstrou mais uma vez sua resiliência e vigor ao registrar, pelo terceiro mês consecutivo, crescimento significativo. De acordo com o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), o setor apresentou uma expansão de 3,6% em março de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com este resultado, o indicador encerrou o primeiro trimestre do ano com uma alta acumulada de 1,6%.
A retomada do fôlego produtivo foi protagonizada, principalmente, pela recuperação das indústrias alimentícias, com destaque para o setor de alimentos de origem animal, que voltou a apresentar números robustos após um período de ajustes e retrações. Em março, a produção industrial de alimentos e bebidas cresceu 1,4%, consolidando-se como um dos principais pilares de sustentação do desempenho agroindustrial nacional.
No recorte das indústrias alimentícias, o segmento de alimentos de origem animal se destacou com um avanço de 2,1% em março. Este crescimento expressivo refletiu o aumento da produção nos principais subsetores: carnes bovina, suína e de aves, bem como pescados e laticínios. A expansão foi impulsionada tanto pela recuperação do mercado interno, que tem demonstrado sinais consistentes de melhora no poder de compra das famílias, como pelo fortalecimento das exportações, sobretudo para mercados tradicionais como China e União Europeia.
A produção de alimentos de origem vegetal também apresentou um comportamento positivo, com uma elevação de 1,2% em março. Trata-se da primeira expansão registrada desde novembro de 2024, após meses consecutivos de estagnação e retração. O desempenho foi atribuído à melhora significativa na atividade das indústrias de conservas, sucos, óleos e gorduras, bem como no segmento de moagem de café, beneficiado pelo aumento da demanda internacional e pela estabilidade nos preços das commodities agrícolas.
Entretanto, nem todos os setores da agroindústria experimentaram crescimento. As indústrias de bebidas, por exemplo, ainda enfrentam um cenário desafiador. Em março, a produção desse segmento recuou 0,4%, resultado fortemente influenciado pela queda continuada na fabricação de bebidas alcoólicas, que vem registrando retração desde setembro de 2024. A redução do consumo doméstico e as mudanças nos padrões de comportamento do consumidor têm pressionado negativamente a atividade do setor.
Por outro lado, as indústrias não-alimentícias, especialmente aquelas ligadas aos insumos agropecuários e aos produtos têxteis, mantiveram-se como as mais dinâmicas dentro do panorama da agroindústria nacional. A produção de insumos agropecuários, por exemplo, registrou um crescimento impressionante de 39,6% em março. Segundo análise do FGV Agro, este expressivo avanço é explicado, em parte, pelo aumento significativo da demanda por adubos e fertilizantes, fundamentais para o preparo da nova safra, e pela baixa base de comparação, já que, no mesmo mês do ano anterior, o segmento havia sofrido uma retração acentuada de 30,2%.
A performance positiva das indústrias de insumos evidencia a retomada da confiança dos produtores rurais, que vêm ampliando os investimentos em tecnologia e produtividade, visando não apenas o atendimento do mercado doméstico, mas também a ampliação da presença do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
No contexto macroeconômico, a sequência de três meses consecutivos de crescimento da produção agroindustrial sinaliza uma recuperação mais consistente do setor, que sofreu, ao longo de 2024, com os efeitos das instabilidades climáticas, custos elevados de produção e oscilações no mercado externo. A melhora no ambiente econômico, combinada com políticas públicas voltadas ao estímulo da produção agroindustrial e à desburocratização do crédito rural, tem criado condições favoráveis para que o setor mantenha uma trajetória de crescimento sustentável ao longo de 2025.
O FGV Agro destacou, ainda, que a tendência é de manutenção do crescimento para os próximos meses, sobretudo diante das perspectivas positivas para a safra 2025/2026, que se projeta robusta, e da expectativa de recuperação de mercados internacionais estratégicos. Entretanto, o Centro de Estudos pondera que o setor deve permanecer atento aos desafios inerentes ao cenário global, como as tensões comerciais, as flutuações cambiais e os riscos climáticos, que podem impactar diretamente a cadeia produtiva agroindustrial.
Assim, o desempenho da agroindústria brasileira no primeiro trimestre de 2025 reafirma a importância do setor como motor essencial da economia nacional, responsável por expressiva geração de empregos, renda e divisas para o país, além de consolidar o protagonismo do Brasil no cenário global do agronegócio.
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