Mato Grosso do Sul, 11 de maio de 2025
Campo Grande/MS
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Produtores Rurais Devem se Preparar para os Impactos do La Niña nas Lavouras Brasileiras

As regiões Centro-Oeste e Sudeste devem manter certa normalidade climática, embora possam ocorrer variações significativas no volume de chuvas devido à grande extensão dessas áreas
Um planejamento cuidadoso nesse período pré-La Niña é essencial para mitigar os impactos adversos
Um planejamento cuidadoso nesse período pré-La Niña é essencial para mitigar os impactos adversos

A formação do fenômeno climático La Niña, prevista para o segundo semestre de 2024, gera preocupações entre os produtores agrícolas brasileiros devido ao seu potencial impacto no setor. Com o aquecimento das águas do Pacífico Equatorial causado pelo El Niño, áreas da costa oeste da América do Sul já apresentam temperaturas mais baixas do que o normal, sinalizando a chegada de La Niña. Conforme projeções do International Research Institute for Climate and Society (IRI), há 62% de probabilidade desse fenômeno ocorrer entre julho e setembro de 2024.

José Eduardo Furtado, Técnico de Desenvolvimento de Mercado na BRANDT Brasil, destaca que, conforme as projeções, as regiões Norte e Nordeste do Brasil devem enfrentar um regime de chuvas acima do esperado, enquanto o Sul terá um período de estiagem prolongada. As regiões Centro-Oeste e Sudeste devem manter certa normalidade climática, embora possam ocorrer variações significativas no volume de chuvas devido à grande extensão dessas áreas.

Para enfrentar esses desafios, Furtado recomenda um planejamento cuidadoso, incluindo o escalonamento do plantio, uso de sementes de alto vigor e variedades geneticamente adaptadas, além de manejos que fortaleçam as plantas contra estresses abióticos, como nutrição balanceada e bioestimulação. “Um planejamento cuidadoso nesse período pré-La Niña é essencial para mitigar os impactos adversos”, explica.

Impactos do La Niña na Região Sul

No Sul, onde a previsão é de estiagem, estratégias específicas são necessárias para desenvolver os cultivos. Furtado sugere que os produtores foquem em um manejo que promova a resiliência das plantas. “Fazer uma base bem feita é fundamental. A construção da fertilidade do solo e do perfil é importante para criar essa resiliência no cultivo”, destaca. Essa base sólida permitirá que as plantas busquem água em profundidades maiores e suportem períodos de seca.

O especialista ressalta a importância de plantar na época certa e estar preparado para possíveis estiagens pós-plantio. “O produtor precisará ter paciência nesse período. Como ele irá enfrentar a ausência de chuvas, é preciso fazer a semeadura na época adequada para reduzir o risco de estiagem após o plantio”, alerta Furtado.

Estratégias para o Norte e Nordeste

Nas regiões Norte e Nordeste, onde se espera um aumento das chuvas com a chegada do fenômeno climático, o manejo da lavoura deve focar no controle do excesso de água. Furtado explica que o grande volume de chuvas pode se tornar um desafio logístico e aumentar a incidência de doenças. “Com o excesso de umidade e o calor, o microclima favorece a proliferação de doenças”, alerta. Portanto, é essencial não perder o timing de aplicação de defensivos e utilizar ferramentas de controle.

Tecnologias e Práticas Sustentáveis

Furtado enfatiza que o monitoramento constante das lavouras é crucial para detectar precocemente sinais de infecção por fungos, bactérias ou vírus. “Ferramentas tecnológicas, como drones e sensores, podem ser usadas para monitorar grandes áreas de cultivo de forma eficiente. A rotação de culturas é outra estratégia eficaz para interromper o ciclo de vida de patógenos específicos, reduzindo a pressão de doenças sobre uma determinada cultura”, pontua.

Além disso, o manejo integrado fitossanitário com aplicações estratégicas de bioinsumos, fungicidas e bactericidas, respeitando as recomendações técnicas e as condições climáticas, é essencial para controlar a propagação de patógenos.

Investimento em Agricultura de Precisão

Furtado sugere que os agricultores invistam em práticas de manejo sustentável que aumentem a resiliência das lavouras aos impactos climáticos. “A agricultura de precisão, que envolve o uso de dados e tecnologias avançadas para otimizar as operações agrícolas, pode ajudar os agricultores a tomarem decisões mais assertivas sobre o uso de recursos, como água e fertilizantes”, conclui.

Com essas medidas, os produtores podem se preparar melhor para enfrentar os desafios climáticos previstos e garantir a sustentabilidade e rentabilidade de suas lavouras.

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