Na última sexta-feira, 18 de abril, uma mulher de 29 anos buscou ajuda na Delegacia de Atendimento à Mulher em Dourados, Mato Grosso do Sul, denunciando o ex-namorado de 33 anos por perseguição e ameaças. O que começou como um namoro, terminou em um drama de medo e intimidação. Desde o fim do relacionamento, há cerca de 15 dias, o ex-companheiro passou a invadir a rotina da vítima, seguindo-a constantemente.
Ele apareceu em seu local de trabalho, rondou a frente da sua casa e até frequentou os mesmos bares e restaurantes que ela costumava visitar. A sensação de ser observada e perseguida tornou-se insuportável, mas a situação atingiu um ponto crítico na noite de quinta-feira, quando a mulher estava em um pesqueiro com amigos.
Ela foi surpreendida pela presença do ex, que se sentou à mesa dela e demonstrou saber detalhes da sua rotina. De forma agressiva, ele disse: “Estou te vigiando. Você terminou comigo para ficar com esse cara. Está me fazendo de trouxa. Tenho várias fotos suas nua e vou postar nas redes sociais. E você, cara, vamos ali fora conversar. Levanta e vamos.”
Diante da ameaça e do desconforto, a mulher optou por sair do local, mas foi seguida por ele. Sentindo-se ameaçada, ela procurou a polícia e registrou a ocorrência, solicitando medidas protetivas para garantir sua segurança. Além disso, decidiu fazer uma representação criminal contra o agressor.
Esse tipo de comportamento é um exemplo claro de violência psicológica e emocional, e também de um crime conhecido como vingança pornográfica, que se tornou mais comum com o uso indiscriminado da internet. O caso remete à Lei Carolina Dieckmann, que foi sancionada em 2012, após a atriz ter imagens pessoais divulgadas sem seu consentimento. A lei criminaliza a invasão de dispositivos eletrônicos, o compartilhamento de conteúdo íntimo sem permissão e a ameaça de divulgação dessas imagens.
A Lei Carolina Dieckmann prevê penas de até 5 anos de prisão para quem cometer esses crimes, além de proteger vítimas de ações que causem danos à privacidade e à dignidade das pessoas. A lei é uma importante ferramenta de combate à violência virtual, e o caso de Dourados reforça a necessidade de conscientização sobre a gravidade desses delitos.
O crime não é apenas físico. Perseguição, chantagem emocional e ameaças são formas de abuso que precisam ser tratadas com a mesma seriedade. A mulher em questão, após o ocorrido, passou a ser acompanhada por uma equipe de apoio psicológico, e agora aguarda a resposta da Justiça. O agressor poderá responder por diversas infrações, incluindo ameaça, perseguição e violação da intimidade.
O caso também destaca a importância da denúncia, pois a violência psicológica é tão prejudicial quanto a violência física, e quem se sente ameaçado tem direito à proteção. A vítima está buscando segurança e justiça, mas o mais importante é que sua história sirva de alerta para outras mulheres que vivem em situações semelhantes.
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