Mato Grosso do Sul, 8 de maio de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Queda no preço da soja acende alerta no campo e preocupa produtores em todo o Brasil

Desvalorização da soja é puxada por colheita recorde no hemisfério sul, queda nos prêmios de exportação e avanço do plantio nos Estados Unidos
Avanço da safra e queda nos prêmios levam à queda dos preços de soja no Brasil
Avanço da safra e queda nos prêmios levam à queda dos preços de soja no Brasil

O produtor brasileiro de soja começou o mês de maio com um novo baque: os preços da principal commoditie agrícola do país voltaram a cair. Em diversas regiões, os valores praticados já não cobrem os custos de produção, o que acende um sinal vermelho para milhares de agricultores. E não é só no Paraná. A baixa é nacional, puxada por fatores internos e externos que vêm pressionando o mercado com força.

No Paraná, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Faep), o preço médio da saca de 60 quilos foi de R$ 115,62 nesta terça-feira, 6 de maio, marcando uma queda de 0,77% em relação ao dia anterior. E esse número não é isolado. Em outras praças importantes, como Rio Verde (GO), Luís Eduardo Magalhães (BA), Dourados (MS) e o Triângulo Mineiro, a cotação também não anda animadora. Em Balsas (MA), a saca está sendo vendida a R$ 112,50. Nos portos, o valor está em R$ 132, tanto em Santos quanto em Rio Grande.

A situação ganha contornos mais preocupantes quando se olha para os dados da colheita. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), até o dia 26 de abril, cerca de 94,8% da soja plantada no país já havia sido colhida. Isso significa que há um volume enorme de grãos disponível, justamente em um momento de baixa demanda internacional e recuo dos preços globais.

O problema se agrava com a movimentação no mercado internacional. Na bolsa de Chicago, que serve de referência para as negociações globais, os contratos de julho fecharam em queda de 0,41%, cotados a US$ 10,4125 por bushel. Para o produtor brasileiro, isso representa menos dinheiro no bolso e mais dificuldade para fechar bons negócios.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) alerta que os prêmios de exportação, que servem como um “bônus” pago ao produtor brasileiro para compensar os custos logísticos, também estão em queda. Em Paranaguá, o prêmio caiu 14,28% em uma semana, chegando a US$ 0,6 por bushel para entrega em julho.

Mas o que está por trás dessa pressão toda? Primeiro, o avanço do plantio nos Estados Unidos, que já sinaliza uma boa safra para o segundo semestre. Segundo, a colheita acelerada no Brasil e na Argentina, que colocou no mercado um volume muito alto de soja em pouco tempo. Terceiro, o câmbio desfavorável para o exportador brasileiro, que viu o dólar oscilar sem garantir vantagens competitivas.

E tem mais. Abril é um mês tradicional de vencimentos de financiamentos e custeios agrícolas. Com isso, muitos produtores foram obrigados a vender, o que aumentou ainda mais a oferta num momento de fraca demanda. Essa pressão de venda contribuiu para a queda dos preços, jogando contra quem ainda tentava segurar o grão em busca de uma valorização futura.

O Cepea reconhece que, apesar do cenário desafiador, muitos produtores seguem aguardando por uma melhora nas cotações para fechar negócios. A aposta é que, com a passagem do pico da colheita, a oferta diminua e os preços se estabilizem. Mas, por enquanto, o cenário é de cautela.

A soja é um dos pilares da economia brasileira. Gera bilhões em exportações, sustenta milhares de famílias no campo e movimenta cidades inteiras no interior do país. Quando a soja vai mal, os impactos se espalham rapidamente. As transportadoras carregam menos, o comércio sente o reflexo, o crédito rural fica mais apertado e até os investimentos em novas safras são repensados.

No cenário atual, o produtor está de olho em cada centavo. O clima agora é de resistência, mas também de incerteza. Com tantos fatores fora do seu controle, o agricultor brasileiro faz o que sempre fez: trabalha duro, acredita na terra e espera por dias melhores.

#SojaNoBrasil #AgroBrasileiro #MercadoAgricola #PrecosDaSoja #ProdutorRural #CommoditiesAgricolas #ExportacoesBrasileiras #Safra2025 #AgroEmFoco #CampoEmAlerta #Agronegocio #ColheitaDeSoja

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.