O quinto voo de repatriação de brasileiros do Líbano deixou Beirute hoje (13/10), às 12h (horário de Brasília), com pouso previsto em Guarulhos na manhã de segunda-feira, 14/10.
Retornam ao Brasil, a bordo da aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira, 220 passageiros, incluindo 10 crianças de colo, e 2 animais de estimação. Desde o início da Operação Raízes do Cedro, iniciativa conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa, 1.105 pessoas e 13 animais de estimação foram retirados do Líbano.
A aeronave levou ao Líbano a quarta carga de donativos brasileiros, com 1.400 cestas básicas e 6.900 embalagens de medicamentos diversos arrecadados pela Associação Unidos pelo Líbano (UpL).
Na chegada a Guarulhos, a operação conta também com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Ministério da Saúde, da Polícia Federal e da Receita Federal. Na escala em Lisboa, a operação é apoiada pela Embaixada, pelo Consulado-Geral e pela Adidância de Defesa na capital portuguesa.
O Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, está em contato com brasileiros e seus familiares próximos para prestar-lhes assistência consular e verificar a necessidade de promover novo voo de repatriação, a depender das condições de segurança no terreno.
O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tal, que procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação e a companhia libanesa Middle East Airlines tem ampliado seu número de voos.

Governo Federal promove adaptação de recém-chegados do Líbano
Ao chegarem ao Brasil, as famílias dos repatriados do Líbano são recebidas por equipes especializadas de diversos órgãos do Governo Federal e de instituições internacionais. Os profissionais do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Agência da ONU para as Migrações (OIM), ficam encarregados de captar as demandas imediatas e avaliar se as pessoas têm redes de proteção familiar ou social no Brasil.
A bordo da aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira também estava Régis Spíndola, diretor do Departamento de Proteção Social Especial do MDS.
Ele contou que a chegada ao Líbano foi impactante. No tempo que esteve em solo libanês, Regis não presenciou nenhum bombardeio, mas relatou que o grupo, a maioria de mulheres, crianças, idosos ou pessoas com comorbidades, estava muito traumatizado pelos bombardeios recentes. Além disso, a viagem de três dias é desgastante para todos.
“Vamos no voo para apoiar as ações de proteção a todo o grupo. Desde o Líbano, informamos às famílias como é esse processo de chegada ao Brasil e verificamos quem tem necessidade especial de proteção, para as equipes no Brasil terem as informações de maneira antecipada e providenciarem toda a retaguarda necessária para garantir essa proteção”, detalhou o diretor.
Entre as principais preocupações na triagem das necessidades das famílias feita pelos representantes do MDS estão a assistência social, abrigo e oportunidades de integração no Brasil. Um perfil dos resgatados é traçado, passando pelas questões de saúde, social e de regularização documental.
“Identificar se elas já têm algum tipo de retaguarda de proteção. Aqui no Brasil têm famílias que vão poder acolhê-las? Têm amigos ou alguém da comunidade libanesa para auxiliar? Qual a necessidade dessa família? Tem ou não uma?”, relatou Régis Spíndola.
Os números de plantão consular do Itamaraty seguem à disposição, em caso de necessidade, ambos com Whatsapp: +55 (61) 98260-0610 e +55 61 98313-0146.