O dólar encerrou nesta quinta-feira (26) em queda de 0,59%, cotado em R$ 5,4452. A queda corrobora com o bom desempenho do real no mês. De acordo com levantamento da consultoria Elos Ayta, a moeda brasileira valorizou 3,95% em setembro, até o fechamento deste pregão.
Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, pontua que o movimento tem relação ao diferencial de juros entre o Brasil – onde os juros subiram e os Estados Unidos onde caíram: a lógica é que taxas mais elevadas pagam melhores remunerações.
Então vale a pena alocar nesses países o dinheiro mais barato, obtido com juros menores, em outro.
“Além disso, tem alguns dados que ajudam a melhorar o humor do investidor com o Brasil. O Banco Central elevou para 3,2% sua projeção de crescimento para o PIB em 2024, com dados melhores do segundo trimestre motivando essa revisão, por parte da indústria e serviços”, pontua.
Com isso, o real tem o melhor desempenho em comparação com o dólar entre as principais divisas. Logo atrás, vem outras moedas de economias emergentes, ficando o rand sul-africano em segundo lugar (3,78%) e a rupia indonésia (2,77%).
Apesar do avanço em setembro, o real ainda figura no grupo das principais moedas do mercado com pior desempenho contra o dólar.
Desde o começo de 2024, a moeda perdeu 11,03% ante o dólar.
Neste recorte, o Brasil está na quarta posição entre as divisas que mais desvalorizaram, atrás da Argentina, México e Turquia, que registram desvalorizações de 16,54%, 13,81% e 13,64%, respectivamente.
O que pesa sobre o desempenho da moeda ao longo do ano é um cenário de incertezas no país, sobretudo as desconfianças dos mercados com a capacidade de o governo federal manter uma política fiscal equilibrada.