Mato Grosso do Sul, 11 de abril de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Respeito, luta e reconhecimento’: Lula se reencontra com povos indígenas no Xingu em um dia histórico

Na Aldeia Piaraçu, presidente é recebido com cantos, danças e discursos de esperança e entrega a mais alta honraria ao Cacique Raoni pela luta em defesa da floresta e dos povos originários
Imagem - SECOM/Divulgação
Imagem - SECOM/Divulgação

Na última sexta-feira, 4 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou um momento histórico ao visitar a Aldeia Piaraçu, no coração da Terra Indígena Capoto-Jarina, no estado do Mato Grosso. Acompanhado de lideranças indígenas e emocionado com cada gesto de acolhimento, Lula reforçou o compromisso de seu governo com os direitos dos povos originários do Brasil

A visita não foi apenas simbólica. Ela representou um reencontro entre o Estado brasileiro e os povos que carregam a história mais antiga deste território. Recebido com danças tradicionais, cantos em diversas línguas indígenas e o calor das lideranças do Xingu, Lula encontrou no cacique Raoni Metuktire mais do que uma autoridade: um velho amigo, um guerreiro da floresta e um símbolo da resistência ancestral.

“Somos um governo que respeita os povos indígenas, reconhece seus direitos e trabalha dia e noite para que eles sejam garantidos. Não só respeitamos e reconhecemos, como também admiramos e amamos seus saberes e sua cultura”, disse o presidente, diante de dezenas de representantes das Terras Indígenas Capoto-Jarina, Panará, Parque Indígena do Xingu e Wawi.

Lula falou com o coração e com a experiência de quem já conhece a importância dos povos originários na preservação do meio ambiente e da diversidade cultural do Brasil. Ele não foi para discursar de cima para baixo, mas para ouvir e caminhar ao lado.

Durante o encontro, Lula entregou ao cacique Raoni a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, a mais alta condecoração do Estado brasileiro, em reconhecimento pela vida dedicada à defesa dos direitos dos povos indígenas e da Floresta Amazônica. A honraria foi publicada oficialmente no Diário Oficial da União no mesmo dia, com a assinatura do presidente e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

“É com muita alegria e honra que faço essa entrega. A medalha simboliza o respeito de todo o Brasil por um homem que nunca se calou diante das injustiças. Raoni é um guerreiro incansável que, por décadas, protegeu seu povo, a floresta e a dignidade indígena. É exemplo vivo de sabedoria, firmeza e amor pela terra”, destacou Lula, visivelmente emocionado.

Raoni, por sua vez, não mediu palavras para reforçar a importância da continuidade da luta. Em seu idioma, transmitido com tradução aos presentes, relembrou sua trajetória desde a juventude, enfrentando governos, grileiros, madeireiros e interesses econômicos que ameaçam os territórios indígenas.

“Eu, desde jovem, sempre lutei por nosso povo, pelas nossas terras e pela nossa gente. Isso foi o que fiz até hoje. Agora estou mais velho, mas continuo firme, porque a luta não terminou. Quero que eu e Lula sejamos vistos como exemplo. Quando a gente partir, outros devem continuar esse trabalho de proteger, ajudar e garantir paz. Todos têm o direito de viver com respeito”, declarou o cacique.

O momento mais simbólico da cerimônia foi quando o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, receberam das mãos de Raoni um colar de conchas, peça tradicional carregada de significado espiritual. Além disso, foram presenteados com um cesto cargueiro por Kokonã, filha do cacique, representando a força das mulheres indígenas e a continuidade da cultura de seus povos.

A visita à Aldeia Piaraçu não se limitou aos discursos e homenagens. Houve rodas de conversa, partilha de alimentos típicos, apresentações de rituais e troca de saberes. Lula ouviu de lideranças jovens e anciãos os desafios diários enfrentados nas aldeias: a demora na demarcação de terras, os ataques constantes ao meio ambiente, o descaso histórico dos governos passados, a necessidade urgente de acesso à saúde, educação diferenciada e políticas públicas que respeitem a autonomia dos povos indígenas.

O presidente assumiu publicamente o compromisso de avançar nessas pautas. Disse que seu governo trabalha em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e outros órgãos para garantir que nenhum território indígena seja esquecido. Reafirmou o plano de retomar as demarcações de terras paradas há anos e reforçar a proteção das reservas contra invasões e crimes ambientais.

“Os povos indígenas não pedem luxo, não pedem favores. Eles pedem respeito. Eles querem viver em paz, com seus costumes, seus rituais, sua cultura. Eles querem que a terra continue sendo mãe e não mercadoria. E esse é um direito sagrado, reconhecido pela Constituição e que meu governo vai honrar”, reforçou Lula.

O dia 4 de abril será lembrado como mais que uma visita presidencial. Foi uma reconexão com a essência do Brasil. Foi um passo importante no caminho de reparação histórica com os primeiros habitantes desta terra. E foi, acima de tudo, uma declaração de amor à floresta, à cultura viva e à dignidade dos povos indígenas.

#LulaNoXingu #CaciqueRaoni #PovosIndígenas #FlorestaEmPé #DemarcaçãoJá #ResistênciaIndígena #BrasilOriginário #MeioAmbiente #DireitosIndígenas #SabedoriaAncestral #XinguVivo #VozesDaFloresta