Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Revista Piauí revela bastidores de luxo, poder e escândalos envolvendo o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues

Denúncia levanta suspeitas sobre uso de verbas públicas, assédio e mordomias bancadas com dinheiro da Confederação Brasileira de Futebol

Na última sexta-feira, a renomada revista Piauí publicou uma reportagem de fôlego que expõe os bastidores pouco conhecidos, porém luxuosos, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sob o comando de Ednaldo Rodrigues. Presidente da entidade desde 2021, Ednaldo, de 71 anos, é acusado de utilizar os cofres da instituição para custear mordomias para aliados políticos, além de ser alvo de acusações graves como assédio moral e sexual dentro da própria organização.

A revista relata que Rodrigues teria levado para a Copa do Mundo do Catar, em 2022, nada menos que 49 brasileiros em uma comitiva de luxo. O grupo, composto por políticos, assessores e amigos próximos, viajou em primeira classe e se hospedou em hotéis cinco estrelas em Doha. Um dos beneficiados teria recebido um cartão corporativo com limite diário de R$ 2.500 para despesas pessoais. A farra foi bancada com recursos da CBF, cuja receita líquida ultrapassa R$ 1 bilhão por ano.

Entre os convidados de honra estariam o deputado federal José Alves Rocha, do União Brasil da Bahia, que levou sua esposa, e o senador Ciro Nogueira, do Progressistas do Piauí, que viajou acompanhado da namorada. A escolha dos convidados levanta questionamentos sobre o uso político e pessoal de uma instituição que deveria primar pelo desenvolvimento do esporte nacional.

Ednaldo Rodrigues também é acusado de promover aumentos generosos para aliados. O salário dos dirigentes da CBF, que antes girava em torno de R$ 50 mil, foi elevado para R$ 215 mil mensais. O próprio presidente da entidade recebe R$ 1 milhão por mês. As decisões foram tomadas sem consulta pública ou ampla divulgação, num momento em que a entidade enfrenta dificuldades internas e críticas sobre a gestão do futebol brasileiro.

Enquanto os dirigentes desfrutam da chamada “dolce vita” em eventos internacionais, a formação de árbitros no Brasil sofreu cortes significativos. Segundo a reportagem, treinamentos presenciais foram substituídos por videoaulas. “É como se um clube contratasse um técnico europeu que ficasse treinando os jogadores lá da Europa. Não tem cabimento”, desabafou um árbitro ouvido pela Piauí.

Além das mordomias e da má gestão dos recursos, a CBF também enfrenta sérias denúncias de assédio. A arquiteta Luísa Xavier da Silveira move uma ação trabalhista contra a entidade acusando Ednaldo Rodrigues de assédio moral. Ela também acionou judicialmente Rodrigo Paiva, ex-diretor de Comunicação da CBF, e Arnoldo de Oliveira Nazareth Filho, ligado à Federação Amazonense de Futebol, por assédio sexual. Paiva nega as acusações, enquanto Nazareth Filho não respondeu aos questionamentos da revista.

O histórico da CBF é permeado por escândalos. Antes de Ednaldo, nomes como Ricardo Teixeira e José Maria Marin já haviam se envolvido em acusações de corrupção e má gestão. Teixeira, inclusive, foi investigado pelo FBI e renunciou em meio a denúncias internacionais. Marin chegou a ser preso nos Estados Unidos, acusado de lavagem de dinheiro. Agora, Ednaldo parece trilhar um caminho semelhante, tornando-se o centro de mais uma tempestade institucional.

A denúncia da revista Piauí reacende o debate sobre a necessidade de maior transparência e fiscalização nas federações esportivas do Brasil. O futebol, paixão nacional e motor econômico, continua sendo dominado por figuras que priorizam o luxo e os interesses pessoais em detrimento do desenvolvimento do esporte e da ética administrativa.

Com a Seleção Brasileira enfrentando uma das piores fases de sua história recente com derrotas dolorosas, inclusive um 4 a 1 para a Argentina, a imagem da CBF se fragiliza ainda mais diante do público. A pergunta que fica no ar é: até quando o comando da principal entidade esportiva do país será ocupado por figuras envoltas em suspeitas e práticas condenáveis?

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