Mato Grosso do Sul, 1 de junho de 2025
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Revolta e caos na saúde: Corte de adicional escancara crise na gestão de Adriane Lopes

Unidades de saúde ficam sem médicos, usuários ficam na bronca e polêmicas da prefeita só aumentam na área da saúde pública
Imagem CMCG/Divulgação
Imagem CMCG/Divulgação

Campo Grande amanheceu nesta sexta-feira com um problema grave batendo na porta da população que mais precisa: a saúde pública está em colapso nas regiões mais afastadas da cidade. A decisão da prefeita Adriane Lopes de cortar o adicional de difícil acesso dos servidores da saúde virou o estopim de uma crise que já vinha sendo sentida nas UPAs, UBSFs e outros postos do município.

O corte foi anunciado através de um decreto de contenção de despesas publicado no Diário Oficial no dia 7 de março. Na prática, o que isso significou? Médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais que atuam em oito unidades localizadas em distritos e zonas rurais deixaram de receber um valor extra que servia pra ajudar nos custos com transporte até essas áreas remotas. Com o adicional zerado, muitos simplesmente não conseguiram chegar ao trabalho.

Moradores de Anhanduí gravaram um vídeo mostrando a situação. Uma assistente social tenta explicar aos pacientes o motivo da ausência dos médicos. “A prefeita cortou o adicional e ele não veio no salário de hoje. Sem esse dinheiro, eles não conseguem nem pagar o transporte. A equipe tá tentando negociar lá na Sesau, mas se não voltarem com o pagamento, não tem médico”, relatou.

Mais de mil servidores foram atingidos de uma vez, incluindo profissionais da saúde bucal e da enfermagem. O presidente do Sinmed/MS, Marcelo Santana Silveira, reforçou que o adicional de difícil acesso sempre foi uma forma de compensar a falta de transporte oferecido pela prefeitura. “A gestão nunca garantiu condução pra esses locais, então era esse adicional que cobria essa lacuna”, disse.

A população, que já vem enfrentando filas enormes nas UPAs e UBSFs da cidade, explodiu em críticas nas redes sociais e até mesmo nos corredores das unidades. “A gente chega na UPA com dor e sai com mais dor ainda. Falta médico, falta remédio, e agora isso. A Adriane só sabe cortar, não resolve nada”, reclamou dona Eliane Ferreira, moradora da região do Jardim Itamaracá. Seu José, de 64 anos, que buscava atendimento em Rochedinho, foi direto: “Na campanha era promessa, agora é abandono. Campo Grande virou um caos.”

A gestão da prefeita Adriane Lopes já vinha sendo alvo de polêmicas anteriores na área da saúde. No começo do ano, faltaram insumos básicos em várias unidades, como luvas e gaze, e houve paralisações de atendimento por causa de falta de estrutura. Profissionais denunciaram sobrecarga, assédio moral e escalas desumanas. Em grupos de servidores, a revolta é geral.

“O que estão fazendo com os profissionais da saúde é um absurdo. Sem valorização, sem reajuste há três anos, e agora isso. A cada dia é uma pancada diferente”, desabafou um técnico de enfermagem que pediu anonimato.

A prefeitura até tentou correr atrás do prejuízo e, nesta sexta, providenciou transporte para alguns médicos irem até as unidades afetadas. Mas a medida emergencial não apagou o fogo. A indignação continua crescendo entre servidores e usuários, enquanto ações judiciais já estão sendo movidas para obrigar a retomada do pagamento do adicional cortado.

O advogado Márcio Almeida, que representa diversas categorias do funcionalismo municipal, confirmou que já protocolou ações contra o decreto da prefeita. “Não bastasse o atraso em reajustes e benefícios como quinquênio e progressão funcional, agora os servidores estão sendo impedidos até de trabalhar. Como eles vão se deslocar sem esse adicional? Isso é desumano.”

Enquanto isso, a população continua amargando filas, falta de atendimento e um sentimento de abandono. A promessa de uma saúde humanizada feita durante a campanha da prefeita virou cobrança na ponta do balcão. E quem depende do SUS sente, mais uma vez, que o caos é sempre empurrado pra quem menos pode.

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