Mato Grosso do Sul, 5 de julho de 2025
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Rio Sena, em Paris, é reaberto para banho da população neste sábado, após mais de um século

A balneabilidade do rio que atravessa Paris é um legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A realização de algumas provas de natação no Sena serviu de pretexto para um longo trabalho de despoluição, com custo estimado em € 1,4 bilhão (cerca de R$ 9 bilhões). Foram construídos piscinões e estações de tratamento de esgoto.

Depois de um século de interdição, os parisienses voltam oficialmente a se banhar no rio Sena neste sábado (5). Três pontos da capital francesa serão liberados para o banho até o dia 31 de agosto. E os banhistas poderão se bronzear em uma praia artificial decorada com temática brasileira, em referência à programação de eventos culturais do Ano do Brasil na França.

A balneabilidade do rio que atravessa Paris é um legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A realização de algumas provas de natação no Sena serviu de pretexto para um longo trabalho de despoluição, com custo estimado em € 1,4 bilhão (cerca de R$ 9 bilhões). Foram construídos piscinões e estações de tratamento de esgoto.

“Conseguimos”, postou o presidente da França, Emmanuel Macron, lembrando que o banho no Sena foi uma promessa feita em 1988 por um de seus antecessores, Jacques Chirac, prefeito de Paris de 1977 a 1995 e presidente de 1995 a 2007.

“É um grande símbolo. Despoluir a água do nosso rio, que depois vai para o mar, também é uma contribuição à proteção da natureza”, disse à Folha de S.Paulo a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Um ano atrás, ela deu um mergulho simbólico no rio, com um pequeno grupo de convidados.

A prefeita acrescentou que o Sena balneável é mais uma opção para os parisienses se refrescarem, diante das temperaturas cada vez mais altas. “É uma medida de adaptação. Temos que nos virar para o rio, e não dar as costas a ele, como foi o caso durante muito tempo em Paris.”

Prevê-se que, devido ao aquecimento global, na metade deste século as máximas em Paris se aproximem dos 50°C. Na semana passada, chegaram perto dos 40°C.

Os três pontos para banho ficam próximos à catedral de Notre-Dame (centro da cidade), à Torre Eiffel (oeste) e à Biblioteca Nacional (leste). Há algumas condições. É preciso ter pelo menos dez anos de idade. A capacidade total de público dos três pontos é de 600 banhistas simultaneamente. Salva-vidas podem retirar da água quem demonstrar insegurança para boiar.

O banho também será proibido em caso de mau tempo, correnteza forte ou análise bacteriológica negativa, informações que serão publicadas no site da prefeitura.

As análises são necessárias porque, apesar da liberação para o banho, nem todos os dias o nível de bactérias do Sena é adequado. Durante os Jogos de 2024, isso foi motivo de controvérsia, pois os organizadores não publicavam o resultado das medições diárias.

Isso gerou desconfiança em relação à qualidade da água. Alguns atletas relataram mal-estar após treinos e competições, mas não foi provado que a causa tenha sido uma contaminação no rio.

O banho no Sena foi oficialmente interditado em 1923, em razão da progressiva deterioração da qualidade da água, destino do esgoto de residências e de resíduos industriais. Até a década de 1970, ainda era possível ver parisienses arriscando a saúde para dar um mergulho, sobretudo em períodos de muito calor.

Praias artificiais, batizadas como Paris Plages, são montadas a cada verão na capital francesa desde 2002, porém, sem permissão para o banho no rio. Em 2017, foi autorizado nadar em La Villette, pequeno trecho de uma rede de canais construída em Paris no século 19 a mando de Napoleão, para servir de meio de transporte e fonte de água potável.

Durante a onda de calor na Europa na semana passada, muitos parisienses e turistas ignoraram as interdições e pularam nos canais da cidade para se refrescar.

O trecho balneável na altura da Torre Eiffel fica na Île aux Cygnes, uma pequena ilha fluvial. Foi nessa altura do rio que o fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, 36, teria caído em novembro do ano passado, em um desaparecimento que causou comoção nacional.

O corpo de Sousa foi encontrado um mês e meio depois em outro trecho do Sena, para onde teria sido arrastado pela correnteza.

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