Mato Grosso do Sul, 15 de fevereiro de 2025
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Riscos do contrabando de Gás de Cozinha na fronteira: prejuízos econômicos, saúde e segurança em Corumbá”

O contrabando de gás de cozinha entre a Bolívia e o Brasil tem sido uma prática crescente, especialmente nas cidades fronteiriças, como Corumbá. A disparidade de preços entre os dois países enquanto o gás custa apenas R$ 20,00 na Bolívia
(Foto: Divulgação/RFB)
(Foto: Divulgação/RFB)

A crescente onda de contrabando de gás de cozinha entre a Bolívia e o Brasil, especificamente na fronteira de Corumbá, está gerando preocupações sérias em diversas frentes. De acordo com autoridades locais e especialistas, o comércio ilegal do gás não apenas prejudica a economia, mas também coloca em risco a segurança e a saúde da população corumbaense. Em 2024, a Receita Federal intensificou as apreensões, somando 150 botijões de gás apreendidos apenas em dezembro, além de ter interceptado 150 mil litros de combustível boliviano na mesma região. A situação, que já é alarmante, tem se agravado devido ao desabastecimento no lado boliviano, o que tem feito com que o gás de cozinha boliviano, que custa apenas R$ 20,00, se torne um dos itens mais contrabandeados.

O Caminho do Gás Contrabandeado

O contrabando de gás de cozinha entre a Bolívia e o Brasil tem sido uma prática crescente, especialmente nas cidades fronteiriças, como Corumbá. A disparidade de preços entre os dois países enquanto o gás custa apenas R$ 20,00 na Bolívia, o valor no Brasil pode ser até seis vezes maior torna o comércio ilícito extremamente lucrativo. Os contrabandistas, compostos por brasileiros e bolivianos, transportam o gás de maneira clandestina, frequentemente em pontos de revenda não autorizados, colocando em risco a segurança dos consumidores.

Além dos prejuízos econômicos evidentes, com a falta de controle sobre a origem do produto e a ausência de fiscalização efetiva, a prática tem afetado diretamente o mercado local e a população. Nos últimos meses, moradores de cidades como Puerto Suarez, Puerto Aguirre e Puerto Quijarro, que fazem fronteira com Corumbá, enfrentam longas filas para conseguir comprar o gás nas distribuidoras oficiais. Isso tem gerado um grande desabastecimento no lado boliviano, forçando o governo da Bolívia a agir para tentar conter a ilegalidade.

Autoridades se Mobilizam

Luis Amílcar Velásquez, vice-ministro da Luta Contra o Contrabando da Bolívia, anunciou que medidas rigorosas serão tomadas para combater o tráfico ilegal de mercadorias, especialmente o gás de cozinha. Velásquez afirmou que as forças armadas, incluindo o Exército e a Marinha, serão mobilizadas para uma grande operação nas cidades de Puerto Suarez, Puerto Aguirre e Puerto Quijarro. O objetivo é interromper a venda clandestina para brasileiros e combater o contrabando de maneira mais eficiente.

Em nota, a Receita Federal brasileira alertou sobre os riscos que essa prática ilícita representa para a economia nacional, segurança e saúde pública. A extensão da fronteira seca dificulta a fiscalização, mas o órgão informou que intensificará as operações na região. No ano passado, além dos botijões de gás apreendidos, a Receita Federal também interceptou 150 mil litros de combustível boliviano que estavam sendo contrabandeados para o Brasil.

A Receita Federal também se prepara para um aumento no número de servidores na região de Corumbá, a fim de intensificar o controle sobre o comércio ilegal de produtos. “A situação é preocupante do ponto de vista nacional por questões econômicas, de segurança e de saúde pública”, alertou o órgão.

Riscos para a População de Corumbá

Os riscos do consumo de gás contrabandeado são consideráveis. Sem fiscalização e controle adequados, não é possível garantir a procedência, a qualidade e a segurança do produto. A venda clandestina em locais improvisados, como casas e mercadinhos de bairro, coloca a população em risco, uma vez que muitos desses botijões podem estar adulterados ou em péssimas condições de armazenamento, o que aumenta o risco de explosões e acidentes domésticos.

Além disso, o contrabando de gás afeta diretamente os revendedores legais e os consumidores que dependem de uma fonte segura e regulada do produto. As distribuidoras que atuam de forma legal estão enfrentando uma concorrência desleal, o que pode levar a uma instabilidade no mercado local e até mesmo ao fechamento de pequenos negócios.

A População de Corumbá Também Se Preocupa

Em Corumbá, o aumento do contrabando de gás tem gerado muitos questionamentos e desconfiança entre a população. Dona Maria, moradora do bairro Centro, comentou sobre as dificuldades que enfrentou para conseguir gás no mercado legal: “A gente tem que enfrentar fila e pagar mais caro, enquanto outros compram de forma ilegal mais barato. E o pior é que nem sabemos se esse gás é realmente seguro para usar nas nossas casas.”

Já o comerciante José Carlos, proprietário de um mercado na região, alertou sobre o impacto econômico do contrabando. “A venda de gás está cada vez mais difícil para quem trabalha corretamente. Eles compram de outros países e revendem de forma ilegal, o que me prejudica diretamente. O governo precisa fazer algo mais eficaz para controlar isso”, declarou.

O Futuro da Fiscalização

Com o aumento das apreensões, as autoridades fiscais e de segurança pública em ambos os países precisam encontrar maneiras de fortalecer o controle e interromper de vez o fluxo de contrabando na região. A colaboração entre as forças de segurança de Brasil e Bolívia será essencial para combater o tráfico de mercadorias e garantir que os consumidores tenham acesso a produtos com garantia de qualidade e segurança.

O gás de cozinha, um item essencial para milhares de famílias, não pode ser tratado como uma mercadoria de contrabando. As autoridades locais e a população de Corumbá exigem soluções urgentes para evitar que a cidade se torne um ponto de descontrole que prejudique a todos — consumidores, empresários e o próprio comércio legal. O combate ao contrabando de gás deve ser uma prioridade para evitar prejuízos que vão muito além da economia local e afetam a segurança e o bem-estar de todos.

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