O Kremlin alertou, nesta terça-feira (27), que o conflito entre a Rússia e a aliança militar da Otan se tornaria inevitável se os membros europeus enviassem tropas para lutar na Ucrânia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, discutiu abertamente a possibilidade, na segunda-feira (26), das nações europeias enviarem tropas para a Ucrânia
No entanto, Macron alertou que não há consenso sobre tal medida neste momento, uma vez que os aliados concordaram em intensificar os esforços para entregar mais munições a Kiev.
“O próprio fato de discutir a possibilidade de enviar certos contingentes de países da Otan para a Ucrânia é um novo elemento muito importante”, disse o porta-voz do Kremlin ,Dmitry Peskov, a jornalistas quando questionado sobre as falas de Macron.
Questionado pelos repórteres sobre quais seriam os riscos de um conflito direto Rússia-Otan se os membros da Otan enviassem as suas tropas para lutar na Ucrânia, Peskov disse: “Nesse caso, precisaríamos falar não sobre a probabilidade, mas sobre a inevitabilidade (de um conflito direto).”
Presidente da França diz que envio de tropas para Ucrânia não pode ser descartado
O envio de tropas ocidentais para a Ucrânia “não pode ser descartado”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira (26), após organizar uma conferência em Paris, onde os líderes europeus discutiram a perspectiva.
“Não houve acordo nesta noite para enviar oficialmente tropas para o terreno, mas não podemos excluir nada”, destacou aos repórteres.
A conferência de ajuda à Ucrânia reuniu representantes dos 27 países membros da União Europeia, incluindo 21 chefes de Estado e de governo, anunciou.
“Faremos tudo o que pudermos para impedir que a Rússia ganhe esta guerra. E digo isso com determinação, mas também com a humildade coletiva que precisamos ter, à luz dos últimos dois anos”, advertiu.
“As pessoas que hoje disseram ‘nunca’ [sobre envio de tropas] foram as mesmas que disseram nunca para [envio de] aviões, mísseis de longo alcance, caminhões. Disseram tudo isso há dois anos”, comentou.
“Muita gente nesta mesa disse que ‘vamos oferecer capacetes e sacos de dormir’, e agora dizem que precisamos de fazer mais para conseguir mísseis e tanques. Temos que ser humildes e perceber que sempre nos atrasamos de seis a oito meses”, pontuou Macron.
O chefe de Estado francês também anunciou que será criada uma nova coligação para fornecer “mísseis e bombas” de médio e longo alcance à Ucrânia.
Os líderes da União Europeia e os representantes governamentais “decidiram intensificar o lado das munições e produzir resultados tangíveis muito rapidamente” nas oito coligações que já existem, informou Macron.