Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Safra de café no Brasil deve alcançar 55,67 milhões de sacas em 2025

Crescimento de 2,7% é impulsionado pela expansão do café robusta, apesar da queda no arábica
Projeção de todas as espécies cultivadas no Brasil é de 55,67 milhões de sacas de 60kg em 2025
Projeção de todas as espécies cultivadas no Brasil é de 55,67 milhões de sacas de 60kg em 2025

A safra de café no Brasil para o ano-cafeeiro de 2025 traz projeções otimistas, com uma estimativa total de 55,67 milhões de sacas de 60 quilos. Este volume representa um aumento de 2,7% em relação à colheita do ano anterior, que totalizou 54,21 milhões de sacas. O número, divulgado pelo segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em maio, reflete a força contínua do Brasil como maior produtor e exportador mundial da bebida.

A produção nacional reúne duas espécies predominantes de café: o coffea arabica, conhecido como café arábica, e o coffea canephora, popularmente chamado de robusta ou conilon. Ambas as variedades são cultivadas em todas as cinco regiões do país, abrangendo 20 estados e o Distrito Federal. No entanto, os desempenhos entre as duas apresentam contrastes significativos em 2025.

Produção de arábica registra queda apesar da maioria na safra

A espécie arábica continua a liderar a participação na produção nacional, com estimativa de 36,97 milhões de sacas, representando cerca de 66,4% do total. Essa produção está distribuída por uma área cultivada de aproximadamente 1,48 milhão de hectares, com produtividade média de 24,9 sacas por hectare. No entanto, comparado à safra de 2024, o volume representa uma retração de 6,6%, já que no ano anterior o país colheu 39,59 milhões de sacas dessa variedade.

Além da redução no volume, observou-se uma diminuição de 1,6% na área de cultivo, que era de 1,50 milhão de hectares em 2024, e uma queda de 5,1% na produtividade média, que anteriormente era de 26,2 sacas por hectare. Essa retração pode ser atribuída a fatores climáticos adversos em determinadas regiões produtoras, bem como à bienalidade negativa do cafeeiro, característica comum da cultura do arábica.

Expansão do robusta impulsiona crescimento da safra nacional

Em contrapartida, o café robusta apresenta um cenário de franca expansão. A produção estimada para 2025 é de 18,70 milhões de sacas, um expressivo crescimento de 27,9% frente às 14,61 milhões colhidas em 2024. A produtividade também avançou significativamente, subindo de 39,2 para 50,4 sacas por hectare, uma alta de 28,3%. A área cultivada teve uma leve retração de 0,3%, passando de 372,42 mil hectares para 371,3 mil hectares.

Este desempenho robusto, literalmente, tem sido puxado sobretudo pelos estados do Espírito Santo, Rondônia e Bahia, onde práticas tecnológicas avançadas e investimentos em irrigação e manejo têm impulsionado os resultados da espécie.

Sudeste segue como potência cafeeira do país

No mapa da produção nacional, a região Sudeste mantém sua hegemonia histórica, com previsão de colher 48,38 milhões de sacas em 2025. Isso corresponde a cerca de 87% da produção brasileira de café. Minas Gerais, principal estado produtor, continua sendo o epicentro da cultura cafeeira no país, principalmente com cultivares de arábica.

Na segunda posição nacional, a região Nordeste tem previsão de produzir 3,67 milhões de sacas, equivalente a 6,6% do total. Já a região Norte, com destaque para Rondônia, projeta 2,30 milhões de sacas (4,2%). A região Sul, por sua vez, deve colher 711,9 mil sacas (1,3%), enquanto a região Centro-Oeste aparece na última colocação, com 475,4 mil sacas estimadas, representando menos de 1% do total.

Levantamentos estruturam planejamento da cadeia produtiva

Todos os dados analisados são oriundos do segundo levantamento da safra de café de 2025, realizado pela Conab. A companhia promove quatro levantamentos anuais para garantir um acompanhamento técnico contínuo da produção. O primeiro, em janeiro, abrange o período pós-florada. O segundo, divulgado em maio, corresponde à pré-colheita. O terceiro, divulgado em setembro, reflete o período de colheita. Já o quarto, em dezembro, traz a consolidação dos dados pós-colheita, oferecendo um panorama preciso e atualizado ao final do ciclo produtivo.

As informações também estão disponíveis no Observatório do Café, mantido pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Essa rede nacional integra ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica voltadas ao setor cafeeiro.

Cenário favorável, mas desafiador

Apesar do leve crescimento global da safra, o setor enfrenta desafios importantes. A oscilação na produção de arábica, por exemplo, exige atenção redobrada dos produtores em relação ao manejo e à sustentabilidade das lavouras. Ao mesmo tempo, o crescimento expressivo do robusta traz novas oportunidades de expansão, inclusive no mercado externo, que valoriza sua qualidade em blends industriais e solúveis.

A safra de 2025 mostra que o Brasil continua a ditar o ritmo da cafeicultura mundial, equilibrando tradição, tecnologia e diversidade de produção. A cada novo ciclo, o setor reafirma sua relevância econômica e cultural, abastecendo desde o pequeno produtor rural até as grandes marcas globais do mercado de café.

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