Mato Grosso do Sul, 15 de fevereiro de 2025
Campo Grande/MS
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Seca no Rio Grande do Sul devasta safra de soja: produtores enfrentam perdas de até 80%

Além da soja, a pecuária de corte também sente os efeitos da estiagem. Fontana calcula uma perda de aproximadamente 25% na atividade devido à qualidade precária das pastagens, o que afeta diretamente o peso do gado
Imagem - Divulgação
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A estiagem prolongada no Rio Grande do Sul está provocando uma das maiores crises para os produtores de soja do estado. Rafael Fontana, agricultor do município de Jóia, registrou em um vídeo o dramático contraste entre uma pequena área de sua lavoura que ainda apresenta bom desenvolvimento e a vasta extensão de plantação severamente afetada pela falta de chuvas. “A previsão não é nada boa, estimamos uma quebra de 80% e mesmo voltando a chover não recupera mais”, lamenta Fontana.

O agricultor, que cultiva 450 hectares de soja, conta que há mais de 40 dias não chove de forma significativa na região, e as garoas esporádicas não são suficientes para salvar a lavoura. Para registrar e monitorar a situação, Fontana faz registros fotográficos semanais da lavoura com dados de localização por GPS. “O produtor gaúcho tem que ter muita resiliência. Há três anos sofremos com uma estiagem severa e, ano passado, ainda tivemos perdas por excesso de chuva. A situação está complicadíssima”, desabafa.

Pecuária também afetada

Além da soja, a pecuária de corte também sente os efeitos da estiagem. Fontana calcula uma perda de aproximadamente 25% na atividade devido à qualidade precária das pastagens, o que afeta diretamente o peso do gado. “Até o nosso açude está com escassez de água, e isso prejudica até a criação de peixes”, comenta.

O temor maior, segundo ele, é a dificuldade em cumprir os compromissos financeiros com bancos e fornecedores. “A gente fica com vergonha e receio de não conseguir pagar as dívidas. É uma pressão muito grande sobre a gente.”

Especialistas alertam para cenário crítico

De acordo com Alencar Rugeri, assistente técnico de Soja da Emater-RS, o cenário atual é um dos mais complexos já registrados no estado. “Desde 2005 acompanho a situação no campo e, desta vez, o grau de complexidade é maior devido à irregularidade das precipitações. É assustador”, afirma Rugeri.

Dados da Emater-RS apontam que apenas 25% da área plantada de soja no estado encontra-se em situação favorável, enquanto outros 25% enfrentam condições críticas e 50% estão em alerta. “A soja precisa de luz, temperatura e água em níveis ideais para um bom desenvolvimento. A falta de umidade combinada com temperaturas elevadas faz com que a planta aborte folhas e flores, comprometendo a produção”, explica.

A busca por soluções

A Emater-RS destaca que vários municípios estão em processo de decretar estado de emergência. Capão do Cipó, a menos de 100 km de Jóia, já declarou situação de calamidade pública devido à estiagem. Segundo o prefeito Adair Fracaro Cardoso, as perdas na agricultura local já chegam a R$ 172 milhões.

Uma reunião com prefeitos e representantes de 15 cidades discutiu medidas como renegociação de dívidas, instalação de reservatórios de água e incentivo à irrigação para mitigar os impactos da seca.

Previsão do tempo

A Metsul Meteorologia informa que dados do sistema Grace da NASA mostram uma significativa redução na umidade do solo, especialmente nas regiões Oeste e Noroeste do estado. Apesar da previsão de chuvas irregulares nos próximos dias, os volumes esperados não são suficientes para reverter os danos nas lavouras.

A EarthDaily Agro reforça que, mesmo com chuva, a umidade do solo está em níveis críticos. A empresa alerta para a necessidade de políticas públicas voltadas à infraestrutura de retenção de água.

Enquanto isso, os produtores seguem esperançosos por uma reviravolta climática, tentando manter a resiliência diante de mais um desafio imposto pela natureza.

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