A segurança nas escolas municipais de Campo Grande virou uma grande interrogação depois que a Prefeitura desligou, nesta segunda-feira (10), cerca de 240 agentes patrimoniais que atuavam na proteção desses espaços. A medida, motivada por uma decisão judicial de 2023, atende a uma ação movida pela Associação da Guarda Municipal de Campo Grande (GMCG/MS), mas deixou a comunidade escolar apreensiva.
Fim dos contratos gera insegurança
A decisão não pegou os agentes de surpresa, pois já havia um entendimento judicial impedindo a terceirização da segurança de prédios públicos a partir de março de 2024. No entanto, a Prefeitura renovou os contratos temporariamente em fevereiro, e agora os trabalhadores foram desligados definitivamente.
“Hoje fomos exonerados, mas já estava previsto porque o sindicato da guarda implica não poder fazer a segurança que não seja GCM”, disse um ex-agente patrimonial que pediu para não ser identificado.
Desde 2018, esses profissionais faziam a segurança das escolas municipais em turnos de 12 por 36 horas, cobrindo também finais de semana. Sem eles, paira a dúvida: haverá guardas municipais suficientes para cobrir todas as 206 escolas do município?
A Prefeitura informou que os agentes poderão se inscrever no Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho), antigo Proinc, mas com salários reduzidos. Porém, muitos não poderão participar, pois o programa exige que os inscritos não tenham outro vínculo trabalhista.
Professores, pais e alunos alertam para riscos
A saída dos agentes patrimoniais já causa preocupação entre educadores, pais e alunos, que temem o aumento da violência dentro das escolas.
Professores
- Muitos educadores podem se sentir inseguros sem a presença dos agentes patrimoniais, principalmente nas escolas localizadas em áreas mais vulneráveis.
- A falta de controle de entrada e saída pode gerar mais casos de violência, ameaças e até furtos dentro das unidades escolares.
- A sobrecarga emocional dos docentes pode aumentar, pois além de lecionar, eles podem acabar assumindo indiretamente a responsabilidade pela segurança dos alunos.
Pais de alunos
- O receio de que seus filhos fiquem mais expostos à violência e ao tráfico de drogas dentro e fora das escolas.
- A preocupação com a possibilidade de invasões, brigas e até situações mais graves sem a presença de agentes de segurança.
- Muitos podem exigir medidas urgentes da Prefeitura para garantir que a Guarda Municipal esteja presente em todas as escolas.
Alunos
- Alguns estudantes podem se sentir inseguros, especialmente aqueles que já presenciaram situações de violência dentro das escolas.
- Há o risco de um aumento de casos de bullying e brigas sem a presença de alguém para mediar esses conflitos.
- Para alunos do Ensino Fundamental, especialmente os mais novos, a presença de agentes patrimoniais trazia uma sensação de proteção, e a ausência deles pode gerar medo.
E agora?
A Prefeitura de Campo Grande foi procurada para responder se haverá agentes da Guarda Municipal para substituir os patrimoniais exonerados e se os trabalhadores realmente poderão ser incluídos no Proinc.
A comunidade escolar aguarda respostas, enquanto a insegurança cresce entre aqueles que convivem diariamente nas escolas municipais. Com a retirada dos agentes, o futuro da segurança nas instituições de ensino ainda é incerto.
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