Mato Grosso do Sul, 15 de fevereiro de 2025
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Selic nas Alturas: o golpe no agro e o aperto no Plano Safra

em um Plano Safra robusto e crédito acessível, o custo dos alimentos pode subir ainda mais, afetando toda a economia

O agronegócio brasileiro, motor da economia nacional, está sob forte pressão com a nova alta da taxa básica de juros, a Selic, que agora chega a 13,25% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciada nesta quarta-feira (29/1), aumenta a incerteza para produtores rurais e compromete as negociações do Plano Safra 2025/26. Com financiamentos mais caros e menos espaço orçamentário para subsídios, o setor teme impactos severos na produção e nos custos.

O Peso dos Juros no Campo

A elevação da Selic não é uma novidade, mas cada novo aumento é um golpe para quem precisa de crédito para plantar e colher. O economista-chefe da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, alerta que o impacto sobre o custo de capital do produtor rural será significativo.

“Os impactos dos juros no custo são enormes. Com a escassez de recursos do Tesouro para equalizar taxas nas linhas de crédito oficiais, a alternativa é o financiamento a juros livres — que são ainda mais elevados”, explica.

Para ele, há um segundo problema tão grave quanto o primeiro: o descontrole das contas públicas. O economista critica a gestão econômica do governo, afirmando que o aumento da inflação, incluindo a dos alimentos, tem origem na execução orçamentária. “O Copom só ministra o remédio. O problema está em quem causa a doença”, dispara.

Plano Safra na Corda Bamba

A escalada da Selic pressiona ainda mais o governo na definição do Plano Safra 2025/26, essencial para garantir o financiamento da produção agrícola. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes do anúncio da nova taxa de juros e reconheceu o desafio.

“Falar em aumentar orçamento para qualquer ação pública é botar gasolina no fogo, mas também se não fizermos um bom Plano Safra, que estimule a produção, é largar o fogo aceso”, afirmou Fávaro.

O governo busca alternativas para oferecer crédito rural mais acessível e incentivar a produção de alimentos básicos, como arroz, feijão e hortaliças. Produtos como carnes, óleo de soja e café também estão no radar do Palácio do Planalto devido ao impacto direto nos preços ao consumidor.

Máquinas e Investimentos em Risco

A indústria de máquinas agrícolas, que já vinha tentando se recuperar de anos difíceis, também sente o impacto da alta dos juros. O financiamento de equipamentos agrícolas se torna mais caro e, para muitos produtores, inviável. Apesar disso, a expectativa do setor para 2025 ainda é de um crescimento de 8% em relação a 2024.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) aguarda as definições do Plano Safra para saber qual será o volume de recursos destinados ao Moderfrota (programa de financiamento de máquinas e equipamentos) e ao Pronaf (voltado para a agricultura familiar). O setor e outras entidades têm até 7 de março para enviar sugestões ao governo federal.

E Agora?

O aumento da Selic joga mais desafios no caminho do agro e coloca o governo em uma encruzilhada. De um lado, a necessidade de conter a inflação e garantir responsabilidade fiscal; do outro, a urgência de manter a produção agrícola sustentável e acessível ao produtor. Sem um Plano Safra robusto e crédito acessível, o custo dos alimentos pode subir ainda mais, afetando toda a economia.

O agro, que já lida com oscilações climáticas e desafios logísticos, agora precisa enfrentar um inimigo invisível, mas poderoso: os juros altos. O setor espera que o governo encontre uma solução equilibrada para garantir que o campo continue produzindo e alimentando o Brasil.

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