A capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, será o epicentro de discussões estratégicas sobre o futuro do comércio internacional na América do Sul. Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, acontece o Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico, reunindo cerca de 1.400 participantes de 22 países das Américas, Europa, África e Oceania. O evento é organizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com apoio da Fiems e do Sebrae.
O seminário será realizado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo e já conta com inscrições encerradas devido à grande procura. Autoridades governamentais do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile estarão presentes, além de representantes de municípios e governos regionais abrangidos pelo Corredor Bioceânico. Empresários e membros da sociedade civil também participam das discussões que prometem impactar diretamente o comércio e a logística internacional.
O que é a Rota Bioceânica?
A Rota Bioceânica, também conhecida como Corredor Bioceânico de Capricórnio, é um projeto estratégico que visa conectar os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de um trajeto rodoviário de aproximadamente 3.250 km, atravessando quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A infraestrutura do corredor permitirá o transporte de mercadorias entre o centro do Brasil e os portos chilenos de Iquique, Antofagasta, Mejillones e Terminais Tocopilla, reduzindo significativamente o tempo e os custos logísticos para exportações e importações.
Atualmente, Mato Grosso do Sul se consolida como peça-chave do projeto, sendo a principal porta de entrada do corredor rodoviário no Brasil. O estado será diretamente beneficiado com a expansão dos negócios e o aumento da competitividade industrial e agropecuária.
Objetivo do evento
O seminário busca discutir os desafios logísticos, burocráticos e estruturais da Rota Bioceânica, além de fomentar parcerias comerciais entre os países envolvidos. Entre os temas debatidos, estão:
- Infraestrutura e investimentos necessários para a consolidação do corredor;
- Procedimentos alfandegários e facilitação do comércio;
- Impactos econômicos e sociais da rota para as regiões afetadas;
- Sustentabilidade e inovação tecnológica no transporte de cargas;
- Turismo e desenvolvimento cultural ao longo do trajeto.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS, Jaime Verruck, o evento representa um passo fundamental para a integração econômica da América do Sul. “Estamos diante de uma oportunidade histórica de transformar a geopolítica da região. A Rota Bioceânica vai permitir um fluxo comercial mais rápido e eficiente, beneficiando tanto produtores quanto consumidores. O objetivo é fortalecer essa conexão e garantir que todas as etapas sejam concluídas com sucesso nos próximos anos”, destaca.
Impactos econômicos e oportunidades
A implementação da Rota Bioceânica promete trazer um grande impacto para o comércio internacional. O tempo de escoamento de produtos brasileiros para mercados asiáticos será reduzido em até duas semanas, diminuindo os custos logísticos em cerca de 30%. Para Mato Grosso do Sul, a rota significa um novo horizonte para as exportações do agronegócio, especialmente de soja, milho e carne bovina, além de possibilitar a importação de insumos a preços mais competitivos.
O economista e especialista em logística internacional, Pedro Silva Barros, explica que a rota pode transformar a dinâmica de exportações do Brasil. “Hoje, grande parte dos produtos brasileiros destinados à Ásia saem pelo Porto de Santos ou Paranaguá. Com a Rota Bioceânica, temos uma nova alternativa logística que encurta distâncias e reduz custos, tornando o Brasil ainda mais competitivo no mercado global”, pontua.
Além da exportação de commodities, a rota também abre portas para o turismo e a integração cultural entre os países. Cidades ao longo do trajeto poderão se beneficiar do aumento do fluxo de visitantes, incentivando o desenvolvimento de hotéis, restaurantes e serviços.
Programação oficial do evento
6º Fórum de Governos Subnacionais do Corredor Bioceânico
Data: 18, 19 e 20 de fevereiro de 2025
Local: Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, Campo Grande – MS
18 de fevereiro (terça-feira)
12h – Credenciamento
14h – Reunião dos Prefeitos do Corredor Bioceânico
14h – Sessão de Negócios (organização Sebrae/MS)
14h – Instalação das Comissões Técnicas Participantes
18h – Abertura Institucional, apresentações culturais e recepção oficial
19 de fevereiro (quarta-feira)
8h – Painel Setor Privado
9h – Painel Infraestrutura
10h30 – Painel Tecnologia e Inovação
12h – Almoço
14h – Painel Alfândega
15h – Painel Impacto Social
16h30 – Apresentação do Plan Maestro (BID)
20 de fevereiro (quinta-feira)
8h – Apresentação das Atas das Comissões Técnicas
9h30 – Apresentação da Carta de Campo Grande
Expectativas e futuro da Rota Bioceânica
As discussões no Seminário Internacional são consideradas fundamentais para os próximos passos do projeto. Com a previsão de conclusão das obras e ajustes logísticos nos próximos anos, a Rota Bioceânica poderá se tornar um dos corredores comerciais mais importantes da América do Sul.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destaca a importância do evento para fortalecer a posição do estado no cenário internacional. “Este seminário coloca Mato Grosso do Sul no centro das decisões sobre o futuro do comércio exterior sul-americano. Estamos construindo um novo caminho para o desenvolvimento regional, criando oportunidades para empresários, investidores e toda a população”, afirma.
Veja mais informações no site: www.seminariointernacionalbioceanica.ms.gov.br/
Para aqueles que não puderem comparecer ao evento, o seminário será transmitido ao vivo pelo canal oficial do Governo de Mato Grosso do Sul no YouTube e na página da Agência de Notícias.
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