Na última terça-feira (11), o Estádio Nilton Santos, conhecido como Engenhão, foi palco de um espetáculo inesquecível que fez o Rio de Janeiro ferver. Shakira, a estrela mundial do pop, iniciou sua tão aguardada turnê Las Mujeres Ya No Lloran World Tour na América Latina, levando o público ao delírio com uma performance que durou mais de duas horas e meia. Foi o primeiro show da cantora na cidade e também na turnê que passará por outras grandes metrópoles do Brasil, como São Paulo, antes de seguir para Europa e Estados Unidos.
Logo no início, Shakira fez questão de expressar toda sua emoção com o público carioca: “Brasil, você me abriu as portas quando eu era só uma criança. Não esqueço disso. Eu não esqueço de vocês jamais. Esse é o verdadeiro reencontro de uma lobinha com sua alcateia”, disse, visivelmente tocada com a recepção calorosa dos fãs. Foi uma noite de muita energia, e a cantora se sentiu em casa.
O show teve início com um pequeno imprevisto técnico, mas a cantora, com sua energia contagiante, logo contornou a situação, deixando claro que nada poderia tirar o brilho da noite. “Não escuto nada, é o primeiro show”, disse, arrancando risos e aplausos da plateia. O público, claro, não deixou de vibrar e cantar junto com ela do início ao fim.
Com uma setlist recheada de sucessos, tanto antigos quanto recentes, Shakira fez questão de presentear os fãs com grandes hits como “Estoy Aquí”, seu primeiro sucesso no Brasil, “Te Felicito”, “TQG”, “Monotonía”, “Acróstico” e “Copa Vacía”. As canções mais recentes, com forte apelo emocional e dançante, foram acompanhadas por um público empolgado, que não parou de cantar e dançar. A performance de “Acróstico” foi um dos momentos mais emocionantes da noite. O telão exibiu imagens dos filhos da cantora enquanto ela entoava a música, o que trouxe um toque pessoal e emocionante ao espetáculo.
Shakira não poupou esforços para surpreender. Com um palco visualmente impressionante, onde um telão gigante se abria para revelar novos cenários, o show foi uma verdadeira viagem sensorial. Um dos efeitos especiais mais marcantes foi o que simulava um oceano transbordando, criando uma atmosfera única antes de “Copa Vacía”. A tecnologia, aliada à performance da cantora, fez com que a plateia se sentisse imersa no universo de Shakira.
O show também contou com uma série de surpresas. A canção “Chantaje”, que originalmente é um dueto com Maluma, foi reimaginada para a noite e ganhou uma versão que mesclava merengue e salsa, levando o público a dançar ao som das batidas caribenhas. Em outro momento, Shakira saiu do palco, percorreu o caminho até o camarim e continuou a cantar enquanto trocava de roupa, criando um efeito dinâmico e cheio de adrenalina.
Em “Última”, a cantora apareceu com um vestido de gala prateado e brilhante, deslumbrando a plateia. O look foi um sucesso imediato, com fãs gritando “Olha esse vestido!” enquanto a cantora, com sua presença marcante, interpretava a balada.
Mas o verdadeiro espetáculo aconteceu em “Ojos Así”, onde Shakira brilhou em sua habilidade na dança do ventre, uma das marcas registradas de sua carreira. A performance, repleta de sensualidade e técnica, hipnotizou a plateia e foi um dos momentos mais aplaudidos da noite.
O público carioca também foi agraciado com um verdadeiro presente emocional: a música “Pies Descalzos”, um de seus maiores sucessos, foi interpretada com todo o estádio cantando em coro. Antes de iniciar a canção, Shakira relembrou seus primeiros passos no Brasil, com imagens de sua trajetória no telão, emocionando a todos que estavam ali. “A menina de Barranquilla que não sabia que cruzaria o Pacífico”, disse, referindo-se à sua jornada desde o início de sua carreira.
Ainda na parte mais íntima do show, Shakira cantou “Mama África”, de Chico César, uma música que ela disse cantar para seus filhos antes de dormir. “Eles não estão aqui no Brasil, e eu sinto muita saudade”, afirmou, visivelmente emocionada. A surpresa foi emocionante, ainda mais com o público vibrando em cada verso da canção, que evocava a ancestralidade e a conexão com a cultura latina.
Shakira, sempre empoderada, também fez questão de usar sua plataforma para falar sobre temas importantes. Durante a apresentação, ela compartilhou sua experiência como imigrante nos Estados Unidos, revelando como a música foi sua salvação em um momento de adaptação difícil: “Fui para os EUA aos 19, não falava bem inglês, mas fazia as músicas rodeada de dicionários. Foi ali que nasceu minha primeira canção em inglês, uma mistura de batucadas brasileiras e guitarras elétricas. Se eu pudesse dizer que aquela música era de uma imigrante…”, disse, reforçando seu orgulho de ser latina e mulher.
O show terminou com a explosão de energia em “Whenever, Wherever” e “Waka Waka”, que incendiaram o estádio. E, como não poderia faltar, o bis trouxe “She Wolf”, com um grande lobo se materializando no palco, criando um visual incrível. Shakira desfilou no meio da plateia, se jogou em uma passarela e mostrou toda sua conexão com os fãs. O encerramento foi com a faixa “BZRP Music Sessions #53”, que fala sobre o término de sua relação com Piqué, e que já é um verdadeiro fenômeno nas redes sociais, fazendo o público cantar cada palavra.
Shakira encerrou sua noite no Rio de Janeiro deixando a certeza de que sua turnê será um sucesso estrondoso, com um show recheado de surpresas, homenagens, e uma energia inconfundível que só ela sabe transmitir.
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