Na manhã silenciosa deste domingo, o que deveria ser um dia comum para milhares de cidadãos de Mato Grosso do Sul transformou-se em mais um capítulo de frustração, impotência e indignação. O motivo: a instabilidade nos serviços de internet fixa e móvel da operadora Vivo, que mais uma vez deixou famílias inteiras desconectadas, trabalhadores impossibilitados de exercer suas funções, comerciantes sem meios de atendimento e estudantes sem acesso às suas atividades acadêmicas. A falha, embora tratada como pontual pela empresa, repete um histórico de interrupções frequentes e inexplicadas, sem qualquer resposta eficaz das autoridades fiscalizadoras.
Campo Grande, a capital do estado, foi uma das regiões mais afetadas. Rafaela Alvarenga, moradora da região central, conta que a queda do sinal começou ainda nas primeiras horas da manhã. “O modem parecia funcionar normalmente, mas a luz do telefone ficou vermelha. Pouco depois, nem o celular conectava mais. Fiquei totalmente incomunicável”, relatou. Situação semelhante foi registrada em municípios do interior, como Maracaju e Dourados, onde moradores relatam dias seguidos de instabilidade e ausência total de sinal. Em Maracaju, a jornalista Hosana de Lourdes detalha que desde quinta-feira à noite o serviço tem sido instável. “Na sexta e no sábado ficamos praticamente o dia todo sem qualquer conexão”, afirmou, mencionando ter formalizado queixa junto à Anatel e à própria Vivo, com a promessa vaga de que o sinal seria normalizado até às 14h de domingo.
Mas o problema vai além da mera interrupção momentânea. A continuidade desse cenário representa um golpe duro na rotina de milhares de usuários, sobretudo aqueles que dependem da conexão para garantir o sustento de suas famílias ou prosseguir com seus estudos. Trabalhadores em regime de home office viram-se impossibilitados de acessar sistemas corporativos, comerciantes foram impedidos de emitir notas fiscais e processar pagamentos via maquininha, e estudantes ficaram sem aulas, provas e trabalhos online. O que poderia ser tolerado como um contratempo esporádico transformou-se em um entrave cotidiano que compromete vidas, renda e direitos.
Em um estado que se orgulha de seu desenvolvimento, especialmente no setor de infraestrutura e agronegócio, é inaceitável que a prestação de um serviço essencial como o acesso à internet seja tratada com tamanho descaso. A operadora Vivo, que domina boa parte do mercado sul-mato-grossense, parece agir com a convicção de que não há consequências para suas falhas sistemáticas. A omissão de órgãos que deveriam proteger o consumidor apenas confirma essa percepção.
O Procon-MS, embora ciente das inúmeras queixas de usuários, ainda não anunciou nenhuma medida concreta contra a empresa. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (AGEMS), responsável por fiscalizar a qualidade de serviços essenciais no estado, também permanece em silêncio diante do crescente clamor popular. A ausência de ações punitivas efetivas e a falta de transparência no tratamento das denúncias indicam um cenário de tolerância institucional que favorece a impunidade das grandes operadoras.
As denúncias contra a Vivo podem e devem ser formalizadas junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pela plataforma oficial ou pelo telefone 1331, e também junto ao Procon-MS, presencialmente ou pelos canais digitais. Contudo, os relatos crescentes indicam que essas medidas, embora necessárias, não têm surtido efeito prático imediato. O consumidor sul-mato-grossense, no fim, continua prisioneiro de um monopólio funcional, onde poucas opções estão disponíveis e todas apresentam falhas recorrentes.
O que se exige agora das autoridades estaduais e federais é uma ação coordenada, com fiscalizações técnicas, aplicação de sanções, exigência de cronogramas de melhoria e acompanhamento transparente das medidas corretivas. Não é admissível que, em pleno 2025, a população de um estado inteiro sofra com apagões digitais sem qualquer responsabilização.
Enquanto isso, a cada sinal caído, a cada chamada perdida, a cada venda frustrada ou aula interrompida, cresce a sensação de abandono. O consumidor sul-mato-grossense já não quer mais promessas ou notas de esclarecimento. Exige respeito, qualidade, compensação justa pelos prejuízos e o mínimo de dignidade no tratamento por parte das empresas e das instituições públicas.
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