Mato Grosso do Sul, 16 de junho de 2025
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Sob tensão no Oriente Médio, grupo de autoridades brasileiras deixa Israel e chega à Jordânia, mas maioria permanece no país

Apenas doze autoridades conseguiram cruzar a fronteira até o momento; governo articula retirada de dezenas de brasileiros ainda em território israelense
Crédito: Caio Gomez
Crédito: Caio Gomez

A escalada da guerra entre Israel e Irã colocou em estado de alerta as estruturas diplomáticas brasileiras no Oriente Médio e resultou em uma movimentação emergencial de resgate de cidadãos em missão oficial. Na manhã desta segunda-feira, 16 de junho, apenas doze autoridades brasileiras conseguiram cruzar a fronteira de Israel rumo à Jordânia, em meio a intensos ataques e ao agravamento do cenário geopolítico na região.

A travessia foi concluída por volta das 9h56, no horário de Brasília. A comitiva, composta por secretários estaduais, técnicos e representantes do governo do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul, embarcou em ônibus com destino a um ponto seguro em território jordaniano. De lá, deve retornar imediatamente ao Brasil por via aérea, em um esforço coordenado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com o apoio do Itamaraty.

Entretanto, a maior parte do grupo brasileiro permanece em Israel. Ainda estão no país mais de trinta representantes de governos estaduais, prefeituras, consórcios regionais e secretarias municipais, além de integrantes da equipe do governador de Rondônia, Marcos Rocha, e de representantes da federação dos municípios do Pará. A permanência deles se deve às dificuldades logísticas e aos riscos crescentes na rota de saída.

O senador Carlos Viana, que preside o grupo parlamentar Brasil-Israel, afirmou que a prioridade agora é garantir a retirada segura dos brasileiros que ainda estão em Tel Aviv e regiões próximas. Segundo ele, o governo de Israel está estudando as melhores estratégias para possibilitar o deslocamento dos brasileiros até as fronteiras com Jordânia ou Egito, dependendo da evolução dos ataques nos próximos dias.

Viana também revelou que solicitou uma lista oficial de turistas e cidadãos brasileiros atualmente em Israel, com o objetivo de planejar uma operação mais ampla de repatriação, em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores. “As decisões estão atreladas à dinâmica do conflito. Se a situação se estabilizar, haverá tempo para organizar saídas seguras. Caso contrário, teremos que agir em regime de urgência. Há um excelente diálogo com as autoridades israelenses, mas o momento exige cautela”, alertou o parlamentar.

O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar na sexta-feira, 13 de junho, quando Israel lançou um ataque contra alvos iranianos, sob a justificativa de conter o avanço do programa nuclear do país persa. A resposta iraniana foi imediata, e os confrontos se intensificaram, provocando centenas de vítimas. Até agora, o número oficial de mortos ultrapassa 224 no Irã e 24 em Israel, com mais de mil feridos registrados.

Nas horas mais críticas, membros da delegação brasileira precisaram se abrigar em bunkers. A tensão gerada pelos bombardeios e alertas de ataques aéreos levou à mobilização urgente do Itamaraty e das missões diplomáticas na região. A embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando suporte contínuo aos brasileiros, recomendando contato imediato com os canais consulares para quem ainda está no país.

A diplomacia brasileira monitora com extrema preocupação o avanço da guerra e já trabalha em uma possível operação mais ampla de retirada, incluindo turistas e cidadãos que estão no país sem vínculos oficiais.

Lista das autoridades brasileiras que estavam em Israel:

Do Distrito Federal:

  • Marco Antônio Costa Júnior – secretário de ciência e tecnologia
  • Ana Paula Soares Marra – secretária de desenvolvimento social
  • Thiago Frederico de Souza Costa – secretário-executivo institucional e de políticas de segurança pública
  • Rafael Borges Bueno – secretário de agricultura, abastecimento e desenvolvimento rural
  • Denise Figueiredo Passos – acompanhante da primeira-dama
  • Angela Maria Ferreira Lima – acompanhante da primeira-dama
    (a primeira-dama do Distrito Federal deixou Israel antes da escalada do conflito)

De Goiás:

  • Pedro Leonardo de Paula Rezende – secretário estadual de agricultura, pecuária e abastecimento
  • Rasível dos Reis Santos Júnior – secretário estadual de saúde
  • Keila Edna Pereira Santos – esposa do secretário de saúde

De Mato Grosso do Sul:

  • Ricardo José Senna – secretário-executivo de ciência, tecnologia e inovação
  • Christinne Maymone – secretária-adjunta da secretaria de saúde
  • Marcos Espíndola de Freitas – coordenador de tecnologia da informação da secretaria de saúde

De Rondônia:

  • Marcos Rocha – governador
  • Augusto Leonel de Souza Marques – secretário de integração
  • Valdemir Carlos de Góes – secretário-chefe da casa militar
  • Maricleide Lima da Fonseca – chefe de agenda do governador
  • Rute Carvalho Silva Pedrosa – chefe de gabinete do governador
  • Renan Fernandes Barreto – chefe de mídias do governador

Do consórcio Brasil Central:

  • José Eduardo Pereira Filho – secretário-executivo
  • Renata Zuquim – diretora de relações internacionais e parcerias
  • Bruno Watanabe – diretor de projetos
  • Fabrício Oliveira – assessor de comunicação
  • Ana Luisa Farias – analista internacional

Prefeitos e vice-prefeitos:

  • Álvaro Damião Vieira da Paz – prefeito de Belo Horizonte (MG)
  • Cícero de Lucena Filho – prefeito de João Pessoa (PB)
  • Welberth Porto de Rezende – prefeito de Macaé (RJ)
  • Johnny Maycon – prefeito de Nova Friburgo (RJ)
  • Janete Aparecida Silva Oliveira – vice-prefeita de Divinópolis (MG)
  • Maryanne Terezinha Mattos – vice-prefeita e secretária de segurança pública de Florianópolis (SC)
  • Cláudia da Silva Lira – vice-prefeita de Goiânia (GO)
  • Vanderlei Pelizer Pereira – vice-prefeito de Uberlândia (MG)

Secretários municipais e representantes locais:

  • Dilermando Garcia Ribeiro Júnior – secretário de desenvolvimento econômico e inovação de Aracaju (SE)
  • Márcio Lobato Rodrigues – secretário municipal de segurança pública de Belo Horizonte (MG)
  • Paulo Rogério Rigo – secretário de proteção civil de Joinville (SC)
  • Francisco Vagner Gutemberg de Araújo – secretário de planejamento de Natal (RN)
  • Gilson Chagas e Silva Filho – secretário de segurança pública de Niterói (RJ)
  • Alexandre Augusto Aragon – secretário de segurança pública de Porto Alegre (RS)
  • Verônica Pereira Pires – secretária de inovação, sustentabilidade e projetos especiais de São Luís (MA)
  • Flavio Guimarães Bittencourt do Valle – vereador do Rio de Janeiro (RJ)
  • Davi de Mattos Carreiro – chefe executivo do centro de inteligência, vigilância e tecnologia de segurança pública do Rio de Janeiro (Civitas)
  • Francisco Nélio Aguiar da Silva – presidente da federação das associações de municípios do Pará (Famep), ex-prefeito de Santarém e secretário regional de governo para o baixo Amazonas (PA)

Enquanto isso, familiares dos brasileiros aguardam com angústia por informações concretas sobre a segurança de seus parentes. Nas redes sociais, a pressão por medidas rápidas e eficazes cresce. A situação evidencia os desafios enfrentados por missões internacionais em zonas de conflito e reforça a importância de protocolos diplomáticos ágeis e bem coordenados.

A operação de resgate, embora em andamento, é permeada por incertezas. O governo brasileiro já admite a possibilidade de uma mobilização mais ampla, caso o cenário se deteriore. A prioridade, no entanto, é garantir que cada cidadão brasileiro seja retirado em segurança.

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