Mato Grosso do Sul, 5 de julho de 2025
Campo Grande/MS
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Soja fecha a semana em queda no Brasil com dólar em baixa e feriado nos Estados Unidos

Sem a referência da bolsa de Chicago, grão sente os efeitos do câmbio e da oferta interna, enquanto vazio sanitário tem início no Rio Grande do Sul

O mercado brasileiro de soja encerrou a primeira semana de julho sob forte pressão, marcada pela ausência de negociações na bolsa de Chicago, o recuo do dólar e a ampliação da oferta interna. Com o feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, nesta sexta-feira (4), o centro global de formação de preços da soja permaneceu fechado, deixando o mercado nacional mais vulnerável às oscilações cambiais e às dinâmicas locais de oferta e demanda.

O dólar, principal fator de influência nos preços de exportação da oleaginosa, registrou queda de 0,29% no dia, sendo cotado a R$ 5,404 – o menor valor desde junho do ano passado. No acumulado de 2025, a divisa norte-americana já recuou mais de 12% em relação ao real. Essa valorização da moeda brasileira, somada à entrada constante de produto nos armazéns, contribuiu para uma retração generalizada nas cotações da soja em diversas praças comerciais do país.

Recuo nas cotações e impactos regionais

Nos portos brasileiros, a desvalorização foi expressiva. Em Paranaguá (PR), a saca de 60 quilos fechou o dia cotada a R$ 136,17, queda de 0,24% em relação ao pregão anterior, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em Santos (SP), o grão era negociado a R$ 137, enquanto em Rio Grande (RS), o valor chegou a R$ 135.

Já no interior do país, os preços seguiram a mesma tendência. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a saca foi cotada a R$ 120; em Rio Verde (GO), a R$ 118,50; em Balsas (MA), R$ 118; no Triângulo Mineiro, R$ 122; e em Dourados (MS), R$ 117,50. A retração nos valores reflete tanto a ausência de impulso externo quanto a intensificação das entregas da safra 2024/2025, ainda em fase final de comercialização.

No Rio Grande do Sul, o cenário foi ainda mais acentuado. De acordo com levantamento da Emater-RS, o preço médio estadual da soja caiu 1,59% na semana, alcançando R$ 120,24 por saca. A colheita antecipada e volumosa pressionou a oferta regional, enquanto os preços internacionais vinham sendo impactados por oscilações recentes em Chicago nas últimas semanas. Esses fatores, aliados à valorização do real, contribuíram para o desaquecimento dos negócios.

Vazio sanitário entra em vigor no Sul

Em paralelo à movimentação de preços, o setor produtivo gaúcho volta sua atenção para o início do período de vazio sanitário, iniciado nesta sexta-feira (4). O calendário, estabelecido pelo Ministério da Agricultura, determina que, entre 4 de julho e 30 de setembro, não seja permitido manter plantas de soja vivas em qualquer estágio de desenvolvimento nas lavouras do estado. A medida visa combater a incidência da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas da cultura, garantindo a eficácia dos tratos culturais da próxima safra.

Esse intervalo obrigatório antecede o calendário oficial de plantio, que será liberado em 1º de outubro e poderá se estender até 28 de janeiro de 2026, conforme determinação federal. O vazio sanitário representa uma importante ferramenta fitossanitária e, ao mesmo tempo, define os marcos operacionais da preparação para a próxima temporada agrícola.

Perspectivas e incertezas

Embora o mercado esteja pressionado no curto prazo, analistas indicam que o comportamento futuro da soja dependerá de fatores como a retomada das negociações na bolsa de Chicago, o desenrolar da política monetária brasileira e norte-americana e os primeiros dados concretos sobre o clima na primavera do hemisfério norte. A possibilidade de eventos climáticos como El Niño ou La Niña também segue sob monitoramento, dada sua influência sobre a produção global.

Internamente, o produtor brasileiro permanece atento às margens de comercialização. Muitos aguardam um novo ciclo de valorização, especialmente se houver retração do real ou reativação da demanda internacional, particularmente por parte da China.

Enquanto isso, o ritmo de negociações deve seguir lento, com os agentes observando os movimentos do câmbio e os rumos da geopolítica agrícola. A ausência de um driver externo imediato, como os contratos futuros de Chicago, reforça o papel decisivo das condições domésticas nos preços da soja nesta reta final de comercialização da safra atual.

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