Sergio Moro será julgado a partir do fim de março pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a respeito de sua condução nas investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato, porém ministros da Corte já dão como certa a derrota do ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, que será considerado parcial no julgamento do líder petista.
Na turma julgadora do STF que votará contra Moro, está o ministro Gilmar Mendes, um dos principais críticos do trabalho do ex-juiz na investigação do caso de corrupção em torno da Petrobras.
Além de Mendes, deverão votar a favor de Lula e contra Moro os ministros Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques, este último indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar uma vaga de ministro do STF.
Cármen Lúcia e Edson Fachin devem sair derrotados, segundo reportagem da revista Época. Gilmar Mendes não tem escondido a alegria com a derrota de Moro, seu principal desafeto nos últimos anos, e tem dito que a decisão deve abrir espaço para uma série de revisões criminais da Lava Jato.
Se Moro vier a ser considerado parcial pelo STF, a sentença de Lula no caso do triplex do Guarujá (SP) poderia ser anulada na mesma decisão. O petista foi condenado nessa acusação a 12 anos e um mês de prisão, na segunda instância.
A defesa do petista alega suspeição do ex-ministro da Justiça quando era juiz da Lava Jato em Curitiba em relação ao processo do triplex de Lula. Para a Justiça, o ex-presidente recebeu o apartamento da OAS como retribuição por contratos fechados entre a construtora e a Petrobras.
No pedido, a defesa acrescentou as mensagens obtidas pelo site Intercept, que mostram conversas de Moro com os procuradores da Operação Lava Jato, em que o ex-juiz indica testemunha que poderia colaborar para a apuração sobre o ex-presidente Lula, orienta a inclusão de prova contra um réu em denúncia que já havia sido oferecida pelo Ministério Público Federal, sugere alterar a ordem de fases da operação e antecipa uma decisão judicial.