O assassinato da sucuri Ana Júlia deixou fotógrafos e ambientalistas revoltados em Mato Grosso do Sul. O animal, que já foi até personagem de documentário, foi encontrado morto a tiros à beira do rio Formoso, em Bonito.
Abalado, o fotógrafo e documentarista Cristian Dimitrius compartilhou, neste domingo (24/3), fotos da serpente morta e lamentou a ação do ser humano contra os animais.
“Revoltante! Muito revoltante!”, escreveu Dimitrius em sua postagem.
Paixão pela sucuri
O profissional revela sua longa conexão com a cobra. Ao longo de quase duas décadas, a serpente tornou-se uma presença familiar em suas filmagens na região de Bonito.
Ana Júlia, como era carinhosamente chamada, foi batizada há cerca de 10 anos durante uma gravação para a BBC. Desde então, Dimitrius e sua equipe encontravam o animal de aproximadamente 6,5 metros regularmente e, inclusive, compreendiam parte de seu comportamento.
“Infelizmente, hoje recebi a notícia de que ela foi morta a tiros e seu corpo encontrado boiando no Rio Formoso. Que tristeza, que raiva!!!! Quem teria feito um absurdo destes???? Sinto que perdi uma amiga, um membro da família, um ser especial com quem passei muitos momentos especiais juntos. Só digo que isso não vai ficar assim, vamos investigar e ir atrás dessa pessoa. Ela terá que prestar contas a justiça! Justiça para a Anajulia”, disparou Cristian ao anunciar a morte da sucuri.
Ele ainda relembrou sua história com a serpente. “Como muitos sabem, há quase 20 anos filmo sucuris na região de Bonito e nos últimos anos estes encontros se intensificaram a ponto de reconhecermos e até dar nome a algumas fêmeas.
Conforme o documentarista, Anajulia era uma celebridade animal e teve uma imagem sua viralizada nas últimas semanas. “Filmei ela acasalando duas vezes… ela ficou bem famosa em uma postagem recente sobre uma nova espécie de sucuri descoberta na amazona, mas filmada em Bonito, e ano passado fiz belos registros dessa linda sucuri para dois documentários que ainda vão sair”, recordou Dimitrius.
