Em um movimento estratégico voltado para a modernização da rede hospitalar pública, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), concluiu a entrega de 11 sistemas completos de videolaparoscopia a hospitais de diferentes regiões do estado. A ação, que fortalece a regionalização do atendimento e democratiza o acesso a cirurgias mais seguras e eficientes, simboliza um avanço relevante na saúde pública estadual.
As chamadas torres de videolaparoscopia, ou torres de vídeo rígidas, representam uma tecnologia de ponta amplamente utilizada na medicina moderna para a realização de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos. A videolaparoscopia consiste na introdução de uma microcâmera no interior do corpo por meio de pequenas incisões, permitindo ao cirurgião visualizar com nitidez os órgãos internos em tempo real, através de um monitor de alta definição. A operação é realizada com instrumentos longos e finos, manipulados com precisão enquanto o campo operatório é exibido na tela, evitando cortes extensos no paciente.
O principal diferencial dessa técnica é a capacidade de realizar cirurgias complexas com menor impacto físico, proporcionando menor sangramento, menor risco de infecção, recuperação mais rápida e, consequentemente, menor tempo de internação. Entre os procedimentos realizados com a videolaparoscopia estão a retirada de vesícula biliar, cirurgias ginecológicas, urológicas, intestinais e até intervenções oncológicas.
Composta por câmera, insuflador, monitor, fonte de luz e outros dispositivos, cada torre permite a realização de múltiplos tipos de intervenções com elevada precisão visual e técnica. A aquisição dos equipamentos foi possível graças à articulação entre recursos do Governo Federal e do Estado, com apoio de parlamentares que apresentaram propostas e emendas específicas para a área da saúde.
As cidades que receberam os equipamentos são Aquidauana, Costa Rica, Coxim, Maracaju, Nova Andradina, Paranaíba, Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã, além de unidades estratégicas em Campo Grande. Os municípios foram escolhidos com base em critérios técnicos e logísticos, respeitando o desenho da regionalização da saúde no estado e a estrutura existente em cada macrorregião.
Para que a nova tecnologia seja utilizada com excelência, profissionais das unidades contempladas participaram de treinamentos específicos coordenados pela Superintendência de Atenção à Saúde da SES. A capacitação incluiu o uso prático dos equipamentos, medidas de biossegurança, ajustes técnicos da imagem em tempo real, noções sobre ergonomia em sala cirúrgica e protocolos de assistência ao paciente. O objetivo foi preparar as equipes para operar com segurança e qualidade, garantindo resultados clínicos eficientes e o uso correto dos sistemas.
A Superintendente Angélica Cristina Segatto Congro reforçou o impacto da medida. “Estamos investindo de maneira consistente na qualidade da atenção hospitalar. A entrega dessas torres, somada à capacitação profissional, representa uma mudança concreta nos padrões de atendimento à população. É uma conquista que une tecnologia, cuidado e respeito ao cidadão”, afirmou.
Outro ponto de destaque é o impacto logístico gerado pela adoção da videolaparoscopia. Como os pacientes permanecem internados por menos tempo e a recuperação é mais célere, os leitos hospitalares são liberados com mais rapidez, o que ajuda na redução das filas de espera para outros procedimentos. O modelo contribui, assim, para o aumento da eficiência no uso dos recursos hospitalares e no fluxo de atendimentos.
A iniciativa integra o plano de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado, com o objetivo de garantir atendimento de qualidade a todos os sul-mato-grossenses, independentemente de sua localização geográfica. Ao levar tecnologia de ponta para o interior, o governo reafirma o compromisso de reduzir desigualdades e ampliar o alcance de práticas modernas e resolutivas no campo da saúde.
Ao unir tecnologia, investimento e capacitação profissional, Mato Grosso do Sul dá um passo firme na direção de uma medicina mais acessível, humana e moderna, onde cada cirurgia representa não apenas um procedimento, mas um novo capítulo na vida dos pacientes e um símbolo de um SUS que se fortalece com equidade.
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