No coração da sede do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), uma nova era para a proteção ambiental foi oficialmente inaugurada no dia 11. Trata-se da sala de situação da Unigeo (Unidade de Geoprocessamento), uma estrutura inédita de inteligência geoespacial dedicada ao monitoramento ambiental de todo o território sul-mato-grossense, que supera os 357 mil km².
O espaço representa um marco tecnológico no Brasil ao empregar ferramentas de detecção automatizada de desmatamentos e queimadas com abrangência estadual. Integrada à atuação do Imasul, a sala se torna instrumento estratégico de fiscalização, controle e gestão territorial. Seu objetivo principal é oferecer respostas ágeis, com dados precisos e atualizados em tempo quase real.
Sofisticação tecnológica a serviço da natureza
Desde 2023, o sistema da Unigeo já emite alertas automatizados com base em imagens de satélite de alta resolução, processadas por scripts inteligentes. Mais de 10,6 mil alertas já foram gerados, apontando mudanças na cobertura vegetal. Esses dados são cruzados automaticamente com bancos jurídicos e territoriais, permitindo uma verificação instantânea sobre possíveis infrações ambientais. As informações revelam se há sobreposição com unidades de conservação (UCs), áreas de preservação permanente (APPs), reservas legais (RLs), áreas registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou áreas com licenciamento de supressão vegetal.
Para o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a ferramenta representa uma virada no modelo de gestão ambiental. “Conseguimos monitorar o estado quase em tempo real, diferenciando o que é desmatamento legal ou ilegal. No caso do legal, acompanhamos se o produtor segue o que está autorizado na licença. No caso do ilegal, temos mecanismos automáticos para agir com rapidez”, explicou.
Precisão e interconectividade como diferenciais
O sistema opera com resolução de até um metro, permitindo observar detalhes finos nas áreas de vegetação alterada. Além disso, está conectado diretamente ao CAR, viabilizando embargos automáticos em propriedades sem licenciamento válido. A cobertura do monitoramento inclui também áreas de cultivo de cana-de-açúcar, territórios indígenas e unidades de conservação.
Em caso de detecção de focos de calor, o sistema ativa automaticamente o Sicoe (Sistema de Comando e Controle de Emergências), acionando equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental (PMA), garantindo resposta rápida aos incêndios.
Estrutura e investimento para inovar
Com investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão, a sala foi equipada com um videowall de alta resolução, estações de trabalho avançadas e monitores especializados para o tratamento e visualização dos dados geoespaciais. A estrutura permitiu reduzir em 72% o trabalho manual dos técnicos, que antes precisavam analisar imagens individualmente. Agora, a equipe pode focar em validações de campo, análises técnicas e apoio às operações de fiscalização.
Governança ambiental e compromisso sustentável
Segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges, a inauguração da sala de situação representa mais que uma conquista tecnológica. “É uma prova concreta de que estamos levando a sério a governança ambiental. Esse avanço reafirma nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável, com a ciência e com a transparência nas ações públicas”, afirmou.
O modelo de operação da Unigeo está baseado nos pilares da precisão, da rastreabilidade e da periodicidade dos dados, assegurando segurança jurídica e eficiência na gestão ambiental. Como parte dos próximos passos, estão previstos investimentos adicionais na aquisição de drones, veículos de campo e pacotes extras de imagens de satélite para garantir cobertura de áreas mais distantes e de difícil acesso.
Inteligência artificial para agilidade e eficiência
Entre as inovações mais recentes implementadas está a incorporação de inteligência artificial nos sistemas analíticos. Isso tem permitido acelerar a detecção de padrões, priorizar situações críticas e agilizar a resposta institucional diante de indícios de infrações. O secretário Jaime Verruck destacou que o foco agora é modernizar os fluxos internos para dar mais celeridade à apuração de infrações, emissão de autos e à tomada de decisões administrativas e judiciais.
“Estamos migrando de uma gestão reativa para uma gestão preditiva e automatizada. Nosso desafio é transformar grandes volumes de dados em ações concretas de proteção ambiental”, concluiu o secretário.
Com a operação plena da sala de situação da Unigeo, Mato Grosso do Sul consolida-se como uma referência nacional em monitoramento digital do meio ambiente. O modelo poderá ser replicado por outros estados e instituições, representando um avanço decisivo na luta contra o desmatamento ilegal, as queimadas e os impactos das mudanças climáticas.
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