Mato Grosso do Sul, 1 de julho de 2025
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Tentativa de feminicídio em Campo Grande choca bairro e mobiliza polícia na busca pelo agressor

Mulher é esfaqueada pelo ex-marido após recusar relação íntima; vítima sobrevive e caso é investigado pela Deam
Imagem Polícia Civil/ Divulgação
Imagem Polícia Civil/ Divulgação

O bairro Jardim Canguru, localizado na saída para São Paulo, em Campo Grande, foi palco de uma brutal tentativa de feminicídio que chocou os moradores e mobilizou as forças de segurança na noite da última terça-feira, dia 27. O crime, marcado pela violência e pelo desespero, revelou mais uma vez a vulnerabilidade de mulheres que convivem com o assédio persistente de ex-companheiros incapazes de aceitar o fim de um relacionamento.

A vítima, uma mulher cuja identidade não foi revelada para preservar sua integridade, enviou um desesperado pedido de socorro à vizinha: “Não está nada bem não. Acabei de tomar quatro ou cinco facadas, entra aqui.” O áudio, enviado logo após o ataque, demonstra a urgência da situação e a gravidade dos ferimentos. A vizinha, de 37 anos, foi a primeira a chegar ao local e encontrou a amiga ferida, com múltiplos golpes de faca no abdômen e nas costas.

Segundo o relato da testemunha, o ex-marido da vítima, identificado como Ueliton Ocampos Peixoto, foi até a casa na tentativa de manter relações sexuais com a ex-esposa. Diante da recusa, o homem, que segundo testemunhas apresentava sinais de embriaguez, esfaqueou a vítima e fugiu do local em uma motocicleta. “Ela não sangrou, deu hemorragia por dentro. Ela estava consciente e pediu para eu olhar as crianças, os três filhos. Ele estava bêbado, sempre enchia o saco dela, queria voltar. Depois do crime, saiu normalmente, pegou a moto e foi embora”, relatou a vizinha, ressaltando que a vítima é uma pessoa tranquila e trabalhadora.

A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar à residência, foi recebida pelo filho da vítima, que guiou os policiais até o quarto onde a mãe agonizava sobre os lençóis. Mesmo ferida, a mulher conseguiu relatar aos policiais a sequência dos acontecimentos e identificar o agressor. Ela explicou que, ao retornar de uma festa, encontrou Ueliton deitado em seu quarto. Exausta, deitou-se ao lado dele, momento em que o agressor tentou forçá-la a manter relações íntimas. Ao resistir, a vítima foi atacada com uma faca que estava escondida sob o travesseiro.

De acordo com o relato da vítima, Ueliton deferiu ao menos seis golpes: três perfurações nas costas, duas na lateral do abdômen e uma na parte frontal. Os filhos do casal tentaram intervir e impedir o ataque, mas o agressor conseguiu fugir rapidamente, utilizando a motocicleta. No momento em que a guarnição chegou ao local, o autor já havia se evadido, iniciando-se então uma busca pela região.

O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que conduzirá as investigações para localizar o agressor e elucidar todos os detalhes do crime. A Polícia Civil de Campo Grande trata o caso como tentativa de feminicídio, agravado pelas circunstâncias de motivação passional e pelo fato de ter ocorrido na presença dos filhos do casal.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro à vítima, que foi encaminhada à Santa Casa de Campo Grande. Conforme o boletim médico, apesar da gravidade das lesões, a mulher inicialmente não corria risco de morte, mas seria submetida a uma avaliação mais detalhada e procedimentos cirúrgicos conforme necessário.

A perícia técnica esteve no local e constatou poucos vestígios na cena do crime. A faca utilizada na tentativa de feminicídio não foi localizada, o que reforça a hipótese de que o agressor tenha levado consigo a arma do crime. A residência da vítima foi trancada e ficou sob a responsabilidade de um vizinho próximo até que as investigações avancem.

O caso gerou comoção entre os moradores do Jardim Canguru, bairro conhecido por sua tranquilidade e espírito comunitário. Vizinhos relataram que o agressor, embora frequentemente envolvido em episódios de consumo excessivo de álcool, sempre buscava reatar a relação, mas a vítima resistia a qualquer tentativa de aproximação, temendo pela própria segurança e pela dos filhos.

A brutalidade do crime reacende o debate sobre a violência doméstica e a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger mulheres em situação de vulnerabilidade. Organizações de defesa dos direitos das mulheres manifestaram-se nas redes sociais exigindo rigor na investigação e punição exemplar ao agressor, bem como reforço nas medidas protetivas.

Enquanto a vítima segue hospitalizada, sua recuperação física e emocional se impõe como um desafio, e a esperança se renova com o trabalho das autoridades, que buscam garantir justiça e segurança para a família.

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