A agente de saúde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, tem uma história de superação que emocionou o Brasil. Na véspera de Natal, enquanto tentava proteger seu irmão com deficiência visual, ela foi baleada na cabeça por policiais rodoviários federais em Duque de Caxias. Depois de um mês lutando pela vida no CTI, Juliana finalmente foi transferida para a enfermaria do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), trazendo consigo uma mensagem de gratidão, esperança e busca por justiça.
“Aconteceu muito rápido. Eu tomei um tiro tentando salvar meu irmão. Eu mandei ele abaixar porque ele já é deficiente visual. Quando vi que ele estava seguro, eu acabei sendo atingida”, relembra Juliana.
Apesar das dificuldades para falar, devido à traqueostomia, a jovem expressou seu agradecimento à família e a todos que torceram por sua recuperação. “Quero agradecer a todos que acreditaram em mim. Eu ia voltar. Eu voltei, gente, por um milagre. Agradecer à minha mãezinha, por estar sempre aqui. Aos poucos eu tô conseguindo me recuperar. Mas não foi fácil. Agora eu quero me recuperar pra voltar… à minha vida que eu tinha antes”, disse emocionada.
Juliana e sua família estavam a caminho de uma comemoração de Natal em Niterói quando uma viatura da PRF abriu fogo contra o carro. “Eu quero justiça, gente. Eu lembro que foi policial. Eu olhei pra trás, porque quando minha mãe gritou que era tiro, eu não acreditei. Depois mandei o Daniel se abaixar e fui ver quem tava atirando. Se era bandido ou outra coisa”, contou.
Os três agentes envolvidos no caso Leandro Ramos da Silva, Camila de Cássia Silva Bueno e Fabio Pereira Pontes foram afastados de suas funções, e suas armas apreendidas para perícia. Segundo informações da PRF, os policiais alegaram que dispararam porque o veículo da família não teria obedecido a uma ordem de parada, mas essa versão é contestada pela família de Juliana, que afirma não ter recebido qualquer sinalização antes dos tiros.

A corregedoria da PRF abriu uma investigação interna para apurar a conduta dos agentes, enquanto o Ministério Público também acompanha o caso e pode oferecer denúncia criminal contra os envolvidos. A família de Juliana busca reparação judicial e espera que os responsáveis sejam devidamente punidos.
Enquanto isso, Juliana já pensa no futuro e nos planos para quando sair do hospital. “Quero voltar a trabalhar, atender meus pacientes, porque eu sou agente de saúde. Encontrar meus amigos. Contar a minha história. E comer uma coxinha”, disse com um sorriso.
A recuperação da jovem tem surpreendido a equipe médica, que acompanha seu progresso de perto. “Na última semana, vimos uma melhora significativa. Ela voltou a andar, tomar banho no chuveiro com ajuda e, recentemente, ouvimos sua voz novamente”, relatou o diretor do hospital, Thiago Pereira Rezende. A expectativa é que em poucas semanas Juliana possa voltar para casa e retomar sua vida.
Com fé, determinação e o apoio de sua família, Juliana segue sua jornada de recuperação, determinada a transformar sua dor em força para recomeçar.
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