Na manhã desta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação de grande porte, com o objetivo de capturar Emílio de Carlos Gongorra Castilho, mais conhecido no mundo do crime como João Cigarreiro, traficante de destaque da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Cigarreiro é apontado como o mandante do assassinato do empresário Vinícius Gritzbach, ocorrido no Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de novembro de 2024.
O caso, que já havia gerado grande repercussão, ganhou novos capítulos nas últimas semanas, com a Polícia Civil e a Polícia Federal desvendando um esquema criminoso de grandes proporções, envolvendo lavagem de dinheiro, corrupção dentro da própria polícia e a execução do empresário. Segundo informações obtidas pelos investigadores, Gritzbach, que estava envolvido em atividades ilícitas relacionadas à lavagem de dinheiro para o PCC, teria sido responsável por desfalcar a organização criminosa em milhões de reais. O empresário, acusado de roubar o tráfico, tornou-se alvo da facção, que decidiu puní-lo de forma brutal.
O Mandante: João Cigarreiro
Emílio de Carlos Gongorra Castilho, o “Cigarreiro”, é apontado como o líder da célula criminosa que orquestrou o assassinato de Gritzbach. Cigarreiro, com sua ligação direta ao PCC, teria dado a ordem para que a execução fosse realizada com extrema rapidez e precisão. Investigadores acreditam que ele escolheu o aeroporto de Guarulhos como o local para o homicídio, buscando garantir que o ato fosse efetuado em um ambiente de grande movimentação, com câmeras de segurança e possibilidade de fuga.
O tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e o poder da facção são aspectos que tornam esse caso ainda mais complexo. A facção criminosa PCC não é apenas uma organização que controla o tráfico de drogas, mas também possui um vasto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresários e políticos corruptos. Gritzbach, por ser um homem com vínculos nesse submundo, acabou se tornando um “alvo fácil” após seu desvio de dinheiro, colocando em risco a estrutura da organização.
A Execução e a Repercussão
O assassinato de Vinícius Gritzbach aconteceu em plena tarde, por volta das 16h10, nas proximidades do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, um dos pontos mais movimentados da cidade. De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente cinco homens desembarcaram de um veículo preto e, de forma impiedosa, dispararam contra o empresário, que estava prestes a embarcar para um destino desconhecido. O empresário tentou se defender, mas os disparos foram rápidos demais. Ele chegou a tentar pular uma mureta, provavelmente buscando escapar, mas foi atingido de forma fatal.
Câmeras de segurança do aeroporto captaram o momento exato em que os assassinos se aproximaram e dispararam contra Gritzbach. As imagens mostram a vítima tentando reagir ao perceber a ameaça, mas, mesmo com a tentativa de fuga, ele foi atingido e caiu no chão, sem chance de sobreviver. O crime foi cometido com extrema frieza e organização, o que leva os investigadores a concluírem que a facção estava por trás de todo o planejamento.
Após os disparos, o veículo utilizado pelos criminosos foi encontrado abandonado em uma avenida próxima ao aeroporto. As imagens das câmeras de segurança e as testemunhas no local ajudaram na formação do retrato falado dos suspeitos, e a investigação rapidamente se concentrou no círculo próximo ao PCC. No entanto, a operação de hoje, que visa prender João Cigarreiro, representa o maior avanço nas investigações.
A Corrupção dentro das Forças de Segurança
O caso também revelou um envolvimento alarmante de membros corruptos da Polícia Civil de São Paulo. A Polícia Federal indiciou 14 pessoas, incluindo o delegado Fábio Baena, que foi citado em uma delação premiada por Vinícius Gritzbach. O empresário, durante seu depoimento ao Ministério Público, revelou que Baena estava diretamente envolvido em manipulações de investigações, corrupção e até mesmo proteção a criminosos ligados ao PCC. O delegado foi preso em dezembro de 2024, e sua detenção representou um golpe contra a estrutura de corrupção dentro das forças de segurança.
As investigações apontam que o esquema criminoso manipulava investigações policiais, vazava informações para traficantes e vendia proteção a membros do PCC. A conexão entre tráfico de drogas, corrupção policial e lavagem de dinheiro se revela como um sistema que, até certo ponto, estava bem estabelecido e protegido de olhares externos.
A Operação de Captura e os Desdobramentos
A operação desta quinta-feira tem como principal alvo João Cigarreiro, o mandante do crime, mas também busca desmantelar a célula criminosa responsável pela execução de Gritzbach. Além da prisão do traficante, a ação cumpre mandados de busca e apreensão em cerca de 20 endereços relacionados aos envolvidos no crime, o que pode resultar na captura de outros membros importantes do esquema. Mais de 100 policiais estão envolvidos na operação, que já é considerada um dos maiores avanços nas investigações contra o PCC nos últimos anos.
Enquanto isso, a Polícia Federal segue aprofundando a apuração sobre o esquema de lavagem de dinheiro do PCC, que envolvia empresários, políticos e até membros da polícia. O envolvimento de pessoas em cargos públicos e de confiança com a facção criminosa é um dos maiores desafios para os investigadores, que trabalham para cortar todas as pontes entre o tráfico e as instituições de segurança.
O Caminho para a Justiça
O assassinato de Vinícius Gritzbach, um homem que, apesar de envolvido em atividades criminosas, desempenhava um papel importante na lavagem de dinheiro para o PCC, trouxe à tona uma rede complexa de corrupção e crime organizado. Com a captura de João Cigarreiro e a desarticulação do esquema, espera-se que a justiça seja feita, e que o PCC sofra um duro golpe em suas operações ilegais.
No entanto, a investigação não para por aqui. A Polícia Civil e a Polícia Federal continuarão trabalhando em conjunto para identificar todos os envolvidos na morte de Gritzbach e em outros crimes relacionados à facção, além de buscar erradicar a corrupção dentro das forças de segurança.
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