Mato Grosso do Sul, 31 de maio de 2025
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Traficante em Mato Grosso do Sul usa caixão e certidão de óbito para transportar mais de quatro milhões em cocaína

Prisão em flagrante na BR-262 revela sofisticado método de esconder entorpecentes e expõe criatividade crescente dos criminosos no tráfico de drogas
Cocaína estava escondida em caixão funerário e foi desoberta após polícia sentir odor químico. — Foto: Divulgação PRF
Cocaína estava escondida em caixão funerário e foi desoberta após polícia sentir odor químico. — Foto: Divulgação PRF

Na noite do dia 29 de maio, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou uma das apreensões mais inusitadas e expressivas dos últimos tempos em Mato Grosso do Sul. Por volta das 19h30, no km 385 da BR-262, em Terenos, município a cerca de 31 quilômetros da capital Campo Grande, foi preso em flagrante Marcos Donizete, de 34 anos, acusado de transportar uma carga de 162,37 quilos de pasta base de cocaína avaliada em aproximadamente quatro milhões de reais, escondida dentro de um caixão.

A abordagem ocorreu durante uma fiscalização de rotina realizada pela PRF. O veículo suspeito, uma Chevrolet Montana preta com placas do Paraná, estava conduzido por Marcos Donizete, que apresentou aos agentes documentos aparentemente em conformidade, incluindo carteira de habilitação, documentos do veículo, certidão de óbito e uma autorização de traslado do caixão. Estes documentos buscavam justificar o transporte inusitado e suspeito, mas não foram suficientes para convencer os policiais.

Ao realizar a inspeção minuciosa no compartimento onde o caixão estava acomodado, os agentes perceberam um forte odor químico proveniente do interior. A tampa do caixão, que estava apenas encaixada, foi removida e revelou uma quantidade significativa de tabletes de pasta base de cocaína, totalizando 150 unidades embaladas. O entorpecente foi submetido ao teste reagente químico, que confirmou tratar-se de cocaína.

Questionado, Marcos Donizete informou que havia recolhido a droga em Corumbá, cidade localizada na fronteira com a Bolívia e um dos principais pontos de entrada de entorpecentes no país, e que pretendia levá-la para Campo Grande. No entanto, o motorista não soube dizer quem seria o destinatário final da carga ou quem seria o proprietário da droga, deixando lacunas importantes nas investigações.

Além da droga e do veículo, os policiais apreenderam um documento falso que simulava uma guia oficial de translado, contendo brasão e inscrições da Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. A utilização dessa documentação falsa configura o crime previsto no artigo 304 do Código Penal Brasileiro, que trata do uso de documentos falsificados para enganar as autoridades.

Marcos Donizete, juntamente com o veículo e a carga apreendida, foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Terenos, onde ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. Posteriormente, o entorpecente foi repassado à Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) para continuidade dos procedimentos legais e investigação aprofundada.

Este episódio escancara a criatividade e a ousadia crescentes dos traficantes de drogas que atuam em Mato Grosso do Sul. A cada nova operação policial, métodos cada vez mais sofisticados e inusitados de ocultação e transporte de entorpecentes são descobertos. O uso de um caixão como esconderijo, acompanhado de uma certidão de óbito e uma falsa guia de translado, demonstra a capacidade de adaptação dos criminosos para burlar a fiscalização e evitar a apreensão das drogas.

Historicamente, a região de Mato Grosso do Sul é uma rota estratégica para o tráfico de drogas devido à sua proximidade com países produtores como a Bolívia e o Paraguai. Por isso, as organizações criminosas se veem compelidas a inovar constantemente. Além de esconder drogas em compartimentos secretos em veículos, já foram flagrados casos envolvendo caixas d’água, tanques de combustível adaptados, cargas fictícias de produtos comuns e até disfarces envolvendo objetos do cotidiano.

A polícia ressalta que essas táticas revelam a complexidade da guerra contra o tráfico e a necessidade constante de aprimoramento das técnicas de fiscalização e investigação. O uso de documentos falsos e a criação de cenários que simulem situações legítimas – como funerais e transporte funerário – indicam um planejamento minucioso por parte dos criminosos, que exploram qualquer brecha para conseguir levar o entorpecente ao destino final.

O caso de Marcos Donizete reforça a importância do trabalho integrado entre as forças policiais e o investimento em tecnologias que permitam a detecção precoce dessas manobras. O combate ao tráfico exige constante vigilância, inteligência e ações preventivas para desarticular essas organizações que movimentam milhões e promovem violência e corrupção.

Mato Grosso do Sul permanece na linha de frente dessa luta, com forças de segurança empenhadas em combater a criminalidade e proteger a sociedade dos efeitos devastadores do narcotráfico, mesmo diante dos desafios que a criatividade dos traficantes impõe diariamente.

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