Mato Grosso do Sul, 29 de maio de 2025
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Traficante paulista é detido na BR-463 transportando cocaína, skunk e haxixe enquanto viajava com a família

Operação da Polícia Rodoviária Federal desarticula transporte de drogas escondidas em veículo de passeio que trafegava entre Ponta Porã e Dourados, com casal e três crianças, incluindo um bebê
Imagem - PRF/Divulgação
Imagem - PRF/Divulgação

Um episódio que ilustra a complexidade do combate ao tráfico de drogas na região de fronteira entre Brasil e Paraguai foi registrado na madrugada desta segunda-feira, 26 de maio, na BR-463, rodovia que conecta os municípios de Ponta Porã e Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul. Durante uma operação de fiscalização rotineira, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordaram um veículo Jeep Renegade, ocupado por uma família, e descobriram um carregamento significativo de entorpecentes escondido no interior do automóvel.

O motorista, identificado como Igor Henrique Amorozinho Roque, de 25 anos, natural e residente em Jaboticabal, no interior de São Paulo, viajava acompanhado da esposa e de seus três filhos pequenos, incluindo um bebê de apenas seis meses. A abordagem ocorreu por volta das 4 horas da manhã, em um dos trechos mais movimentados e monitorados da rodovia, justamente pela sua proximidade com a linha internacional que separa o Brasil do Paraguai, um conhecido corredor logístico utilizado por organizações criminosas para o escoamento de drogas e outros produtos ilícitos.

Segundo relato da PRF, a equipe de policiais considerou suspeitas as respostas fornecidas por Igor no momento da abordagem, especialmente quando afirmou que realizava apenas uma viagem de passeio à cidade de Ponta Porã e retornava para casa, no interior paulista. Diante do nervosismo aparente do condutor e de outros sinais levantados durante a fiscalização, foi realizada uma vistoria minuciosa no veículo, que culminou na localização de diversos volumes contendo substâncias entorpecentes.

Ao todo, foram apreendidos 15 quilos de cloridrato de cocaína, uma das formas mais purificadas e valiosas da droga, além de 13 quilos de skunk, variedade de maconha de alta potência, cultivada com técnicas sofisticadas, e 2,5 quilos de haxixe, resina extraída da cannabis, com elevado teor de concentração de THC. As drogas estavam distribuídas em compartimentos ocultos do veículo, que aparentava ser um automóvel comum de passeio, utilizado para viagens em família.

Interrogado pelos policiais sobre a origem e o destino das drogas, o condutor permaneceu em silêncio e se recusou a prestar quaisquer esclarecimentos adicionais. Diante do flagrante, ele recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, onde foram formalizados os procedimentos legais. A esposa e os três filhos, incluindo o bebê, também foram encaminhados às autoridades, que acionaram os órgãos de proteção à criança e ao adolescente, a fim de assegurar o acompanhamento e o acolhimento necessários à família.

O caso reforça o caráter desafiador das operações de combate ao tráfico de drogas na região de fronteira de Mato Grosso do Sul, que, segundo dados recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, concentra mais de 30% de todas as apreensões de entorpecentes realizadas no Brasil. A BR-463, em particular, tem sido alvo constante de operações de fiscalização e monitoramento, por ser um dos principais eixos logísticos utilizados por traficantes que atuam a partir do Paraguai, país considerado um dos maiores produtores de maconha da América do Sul.

Especialistas apontam que a utilização de famílias inteiras, incluindo crianças, como estratégia para dissimular o transporte de drogas, tem se tornado uma tática recorrente entre organizações criminosas, que buscam reduzir as chances de fiscalização e aumentar a mobilidade em rodovias federais e estaduais. A presença de crianças nos veículos funciona, muitas vezes, como um elemento de disfarce, capaz de dificultar o trabalho de inteligência das forças policiais.

O motorista detido poderá responder pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico, com agravantes previstos no Código Penal Brasileiro em razão do envolvimento de menores de idade. A pena para esses delitos pode ultrapassar os 15 anos de reclusão, além de multa. As investigações agora seguem sob responsabilidade da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que buscará apurar a origem exata do carregamento, os possíveis vínculos do acusado com organizações criminosas e identificar outros envolvidos na logística do tráfico.

Este episódio se soma a uma série de ocorrências recentes que revelam o crescimento das apreensões de drogas no estado e destacam a necessidade de políticas públicas integradas, que combinem ações repressivas, inteligência policial e investimentos em segurança nas áreas de fronteira, com medidas sociais que reduzam a vulnerabilidade e a cooptação de indivíduos para atividades criminosas.

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