Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi palco de mais um crime brutal na noite da última quarta-feira. Juliana Domingues foi assassinada com golpes de foice pelo próprio companheiro, Wilson Garcia, de 28 anos. O feminicídio, que aconteceu diante do filho do casal, um bebê de apenas oito meses, gerou revolta e indignação entre familiares, amigos e moradores da região.
Wilson foi preso horas depois na aldeia de Caarapó, onde tentou se esconder. Durante seu depoimento, o acusado confessou o crime, mas alegou que agiu em legítima defesa. Segundo ele, Juliana o agredia constantemente, e ele não se separava por medo de deixar o filho sozinho. A justificativa, no entanto, não convenceu a polícia nem os investigadores do caso, que afirmam se tratar de mais um feminicídio, um crime motivado pelo machismo e pela cultura da violência contra a mulher.
O CRIME E O DESESPERO
Na noite do crime, vizinhos relataram ter ouvido gritos vindos da casa onde o casal morava. O que começou como uma discussão acabou em tragédia. Wilson, tomado pela fúria, pegou uma foice e golpeou Juliana diversas vezes. A vítima não teve chance de defesa e morreu no local, na frente do próprio filho.
Após cometer o assassinato, Wilson fugiu. Testemunhas relataram que o viram saindo de bicicleta e seguindo em direção à casa de sua mãe. O crime gerou uma grande mobilização das forças de segurança da região. Policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil de Caarapó e da Polícia Rodoviária Federal iniciaram uma operação conjunta para localizá-lo.
O acusado foi encontrado escondido na aldeia de Caarapó. Ao avistar os policiais, ainda tentou correr para uma área de mata, mas foi rapidamente capturado e preso. Durante o interrogatório, repetiu várias vezes que teria agido para se defender, mas a brutalidade do crime e os relatos de testemunhas indicam o contrário.
A JUSTIFICATIVA E A REALIDADE
Wilson afirmou que sofria agressões da esposa e que, na noite do crime, agiu em legítima defesa. Porém, a polícia contesta essa versão. Segundo especialistas em feminicídio, alegações como essa são comuns em casos de violência contra a mulher, sendo uma tentativa de justificar o injustificável.
Além disso, familiares de Juliana negam que ela fosse agressiva e afirmam que, na verdade, ela já havia manifestado medo do companheiro. Entretanto, como acontece em muitos casos de violência doméstica, a vítima não registrou boletins de ocorrência por medo de represálias.
A DOR DE UMA CRIANÇA ÓRFÃ
O detalhe mais chocante desse crime foi a presença do bebê de apenas oito meses. A criança viu a mãe ser assassinada de forma cruel e agora está órfã. Especialistas alertam que traumas desse tipo podem ter consequências psicológicas severas para o desenvolvimento da criança.
A Polícia Civil de Dourados agora investiga o caso e trabalha para entender os antecedentes dessa tragédia. O objetivo é reforçar as políticas de proteção à mulher e alertar sobre a importância de denunciar casos de violência doméstica antes que cheguem a um desfecho tão trágico como esse.
O feminicídio de Juliana Domingues expõe, mais uma vez, a urgência de ações efetivas contra a violência de gênero. No Brasil, uma mulher é assassinada a cada seis horas simplesmente por ser mulher. A sociedade clama por justiça, e a prisão de Wilson Garcia é apenas o primeiro passo para garantir que mais uma vítima não tenha morrido em vão.
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