A cidade de Nova Alvorada do Sul vive um momentos triste após a confirmação da segunda morte causada por um violento acidente na BR-267, ocorrido na manhã de domingo, 13 de abril. O que era para ser apenas mais uma viagem em família terminou em tragédia, dor e incerteza. No centro da história, vidas interrompidas, um caminhão, um carro e a falta do cinto de segurança que poderia ter feito toda a diferença.
Nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, 14 de abril, morreu Rogério da Silva, de 30 anos. Ele estava no banco de trás do Chevrolet Celta envolvido no acidente e era tio do pequeno Willian Guerrinha da Silva, de apenas 11 anos, que teve morte instantânea ao ser arremessado para fora do carro com o impacto da colisão. Rogério chegou a ser socorrido com vida, mas faleceu horas depois no hospital em Campo Grande. O corpo será encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL) para os procedimentos legais antes de ser liberado para a família.
O velório de Willian estava previsto para começar às 8h desta segunda-feira na Capela Municipal de Nova Alvorada do Sul. Ele era estudante da Escola Rosalvo da Rocha Rodrigues, no distrito de Pana, e seu falecimento causou comoção entre colegas, professores e moradores da região.
A colisão aconteceu quando o motorista do Celta, que seguia pela rodovia com a família, invadiu a pista contrária e bateu de frente com um caminhão prancha. Segundo o relato do caminhoneiro, o carro trafegava em zigue-zague pela rodovia, levantando suspeitas de que o condutor poderia estar sob efeito de álcool. A Polícia Civil já abriu inquérito e investiga o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
No carro estavam cinco pessoas: o motorista, a mãe de Willian, de 28 anos, a irmã mais nova do menino, de 5 anos, Rogério, e outro passageiro de 40 anos. Todos, exceto o motorista do caminhão, ficaram gravemente feridos. As vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas inicialmente ao Hospital Municipal Francisca Ortega e depois transferidas para a Santa Casa de Campo Grande em estado grave.
A cena do acidente era de total destruição. O Celta ficou irreconhecível. A irmãzinha de Willian foi encontrada debaixo do tanque de combustível do caminhão. Todos os ocupantes do carro foram arremessados para fora do veículo, reforçando a hipótese de que ninguém usava cinto de segurança no momento do impacto.
O motorista do caminhão não sofreu ferimentos físicos, mas entrou em estado de choque ao presenciar a tragédia. Ele afirmou que tentou frear ao ver o carro vindo na direção contrária, mas não conseguiu evitar a batida.
Além do socorro realizado pelas forças de segurança, ambulâncias da cidade e até uma equipe de uma empresa de energia solar prestaram auxílio no atendimento às vítimas. Uma guarnição do Batalhão de Choque que passava pela rodovia também participou da operação de resgate.
A polícia agora concentra esforços para entender o que, de fato, aconteceu naquele trecho da rodovia. A suspeita de embriaguez por parte do motorista do Celta e a negligência no uso do cinto de segurança levantam um alerta importante sobre a imprudência no trânsito e suas consequências irreversíveis.
Enquanto isso, a dor toma conta da cidade. Amigos e familiares se despedem de um menino alegre, que adorava futebol e sonhava ser jogador. E agora também terão que dar adeus ao tio, que lutou pela vida até o último momento. Resta o luto, o vazio e a esperança de que essa história sirva de lição para que outras tragédias possam ser evitadas.
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