Washington — Em um anúncio que evocou memórias da Guerra Fria e reviveu ambições estratégicas de décadas passadas, o presidente Donald Trump revelou nesta terça-feira, 20 de maio, o lançamento oficial de um novo e ambicioso programa militar: o Domo de Ouro. Com custo estimado em 175 bilhões de dólares, a iniciativa visa estabelecer um escudo protetor sobre o território dos Estados Unidos, capaz de interceptar mísseis balísticos, hipersônicos e armas lançadas tanto da Terra quanto do espaço.
A declaração foi feita no Salão Oval da Casa Branca, sob forte cobertura da imprensa e diante de membros do alto escalão da Defesa. Com confiança firme, Trump garantiu que o projeto estará operacional antes do final de seu atual mandato, previsto para 2029, afirmando que esta será uma das maiores realizações tecnológicas e militares da história norte-americana.
“O Domo de Ouro será o mais avançado sistema de defesa antimísseis já criado. Ele protegerá nosso povo e nosso território de ameaças vindas do outro lado do mundo ou até mesmo do espaço”, declarou o presidente, reiterando que o sistema será integrado às defesas já existentes, mas com recursos inigualáveis.
A iniciativa já nasce cercada de comparações inevitáveis com o Domo de Ferro israelense, consagrado por sua eficácia em neutralizar mísseis de curto alcance. No entanto, segundo o governo americano, o Domo de Ouro irá muito além, tanto em escala quanto em sofisticação tecnológica. Com um território 400 vezes maior do que o de Israel, os Estados Unidos enfrentam um desafio logístico colossal, que exige uma arquitetura de defesa aérea distribuída de costa a costa, cobrindo fronteiras marítimas e terrestres.
O projeto será supervisionado diretamente pelo Pentágono, por meio do general Michael Guetlein, vice-chefe de operações espaciais. Segundo ele, o avanço das capacidades bélicas de países como China, Rússia, Coreia do Norte e Irã justifica a urgência de um sistema que antecipe e neutralize ataques antes que eles atinjam o solo americano.
“Estamos vivendo uma nova era de ameaças. Nossos adversários estão desenvolvendo mísseis hipersônicos e balísticos com capacidade nuclear que podem atingir alvos em nosso território em menos de uma hora”, alertou o general Guetlein. “O Domo de Ouro é uma resposta ousada, uma solução agressiva e preventiva para manter a superioridade estratégica dos Estados Unidos.”
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, reforçou que a cobertura incluirá proteção contra drones convencionais e nucleares, refletindo o escopo multidimensional das ameaças modernas. Em alinhamento com a Agência de Inteligência de Defesa, Hegseth observou que os vetores de ataque estão se tornando mais numerosos, sofisticados e furtivos, desafiando as defesas tradicionais.
A inspiração histórica para o projeto foi explicitamente mencionada por Trump, ao evocar o legado do ex-presidente Ronald Reagan. Durante os anos 1980, Reagan apresentou ao mundo a Iniciativa de Defesa Estratégica, conhecida popularmente como “Guerra nas Estrelas”, um sistema que pretendia utilizar satélites e lasers espaciais para interceptar mísseis soviéticos. Embora tenha sido grandioso em conceito, o projeto jamais se concretizou devido aos altos custos e limitações tecnológicas da época.
“Ronald Reagan sonhou com isso. Mas agora nós temos a tecnologia para transformar esse sonho em realidade”, afirmou Trump. “Não se trata apenas de defesa. É uma afirmação de que os Estados Unidos continuam liderando o mundo na inovação e na proteção de sua soberania.”
Contudo, apesar da retórica triunfalista, os desafios são múltiplos. O Escritório de Orçamento do Congresso estimou que os custos reais podem ultrapassar os 542 bilhões de dólares ao longo de duas décadas, apenas para construir os componentes espaciais do sistema. A proposta orçamentária inicial, que prevê 25 bilhões de dólares para o início do programa, ainda está em análise no Congresso e pode enfrentar resistência diante de outras prioridades nacionais.
Especialistas ouvidos pela imprensa norte-americana manifestaram cautela. O analista W.J. Hennigan, do jornal The New York Times, pontuou que o Domo de Ouro não será um projeto único, mas um mosaico de mais de cem programas interligados, exigindo uma complexa rede de comando e controle.
“As partes mais críticas ainda nem foram definidas. Precisamos saber quem irá construir, como será operado e se de fato conseguirá proteger o país de ameaças em constante evolução. Não será barato, fácil ou rápido”, escreveu o especialista.
Ele também lembrou que, ao contrário de Israel, que enfrenta mísseis de baixa tecnologia e de curto alcance, os Estados Unidos precisarão enfrentar ataques potencialmente hipersônicos, nucleares, furtivos e lançados a partir de distâncias intercontinentais.
O Canadá, segundo fontes diplomáticas, já manifestou interesse em se associar ao projeto. Esta parceria estratégica entre os países da América do Norte poderá fortalecer as defesas conjuntas do continente, estabelecendo um novo paradigma de segurança regional.
Enquanto o projeto avança em seus primeiros estágios, o mundo observa com atenção os próximos passos de Washington. Se concluído com êxito, o Domo de Ouro poderá representar uma revolução na defesa global, alterando profundamente o equilíbrio de poder e a natureza da dissuasão militar no século XXI.
Mas se fracassar, poderá se tornar o mais custoso experimento militar da história moderna, trazendo à tona os fantasmas dos trilhões de dólares gastos em guerras e programas armamentistas nos últimos cinquenta anos.
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