Na manhã desta quarta-feira, 4 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu o mundo ao oficializar a decisão de dobrar as tarifas de importação sobre aço e alumínio. O decreto, assinado ontem à noite, eleva as tarifas de 25% para 50%, numa tentativa mais agressiva de conter a entrada de produtos estrangeiros considerados de baixo custo e que, segundo o governo norte-americano, ameaçam a segurança nacional.
De acordo com o documento, “artigos de aço são importados para os Estados Unidos em quantidades e circunstâncias que ameaçam comprometer a segurança nacional”. O texto justifica que as tarifas anteriormente adotadas não foram suficientes para restringir a entrada excessiva desses produtos no mercado norte-americano.
O impacto da medida se faz sentir especialmente sobre o Brasil, que ocupa atualmente a posição de segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos. Em 2024, as exportações brasileiras de aço para o território norte-americano totalizaram cerca de 5,81 milhões de toneladas, movimentando aproximadamente 4,14 bilhões de dólares. A decisão norte-americana poderá comprometer fortemente as receitas do setor siderúrgico brasileiro e gerar efeitos cascata na economia nacional.
O Reino Unido, que recentemente firmou um acordo comercial com os Estados Unidos, permanece como exceção na política tarifária, mantendo-se sob as tarifas anteriores de 25%. A concessão evidencia a intenção norte-americana de privilegiar parceiros comerciais estratégicos, enquanto eleva barreiras a outros países.
No âmbito econômico, a decisão de Trump adiciona novos elementos de incerteza aos mercados globais. As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta quarta-feira em alta. Tóquio subiu 0,78%, Hong Kong avançou 0,60% e Xangai valorizou-se 0,42%. Já os mercados europeus, que operam abertos, também reagem positivamente, com Londres subindo 0,10%, Frankfurt em alta de 0,62% e Paris crescendo 0,64%.
Nos Estados Unidos, os futuros de Wall Street indicam expectativas otimistas: Nasdaq sobe 0,17%, S&P 500 avança 0,20% e Dow Jones registra alta de 0,13%.
As commodities acompanham o viés positivo: o petróleo Brent é negociado com leve alta de 0,08%, cotado a 65,68 dólares o barril, enquanto o WTI sobe 0,06%, alcançando 63,45 dólares.
As criptomoedas também apresentam valorização. O bitcoin opera acima dos 105 mil dólares, com avanço de 0,6%, enquanto o ethereum sobe 1,1%, negociado próximo dos 2.637 dólares.
No Brasil, os olhos do mercado se voltam para o Ibovespa, que fechou o último pregão com alta de 0,56%, atingindo os 137.546,26 pontos. O dólar à vista recuou 0,70%, encerrando as negociações cotado a 5,6358 reais.
O principal fundo de índice brasileiro em Nova York, o iShares MSCI Brazil (EWZ), também teve desempenho positivo, subindo 0,15% no after-market, cotado a 27,62 dólares.
Apesar da ausência de novos indicadores econômicos nacionais nesta quarta-feira, o cenário político e fiscal segue como principal elemento de atenção. A crise em torno do IOF ganha novos capítulos, com o governo federal e o Congresso sinalizando um acordo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a equipe econômica irá reformular as mudanças no imposto, com novas medidas previstas para serem anunciadas no domingo, 8 de junho.
As medidas devem focar na revisão de supersalários no funcionalismo público e nas desonerações fiscais, que atualmente representam um custo estimado de 800 bilhões de reais aos cofres públicos.
Além disso, o governo prorrogou para 25 de junho o início da cobrança do IOF sobre os aportes superiores a 50 mil reais mensais em planos de previdência privada do tipo VGBL, que passarão a ser tributados à alíquota de 5%.
Outra novidade relevante é o lançamento do Pix Automático, anunciado nesta manhã pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A nova modalidade permitirá pagamentos recorrentes de contas e boletos por meio do sistema instantâneo, sem custos adicionais, a partir de 16 de junho.
Nos Estados Unidos, o foco está no relatório de emprego da ADP, cuja expectativa é de que o setor privado tenha criado cerca de 130 mil vagas em maio. Mais tarde, será divulgado o Livro Bege, que trará um panorama detalhado da atividade econômica nos distritos do Federal Reserve.
No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda internacional em Paris, enquanto o ministro Fernando Haddad realiza despachos internos. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa nesta manhã da terceira edição do evento “Conexão Pix” e, à noite, marca presença em jantar promovido pelo Grupo Mônica, com representantes da agricultura, agroindústria e pecuária de elite.
A movimentação nos mercados nesta manhã reflete o conjunto desses eventos. Confira os principais índices:
Bolsas asiáticas:
Tóquio/Nikkei: +0,78%
Hong Kong/Hang Seng: +0,60%
China/Xangai: +0,42%
Bolsas europeias:
Londres/FTSE 100: +0,10%
Frankfurt/DAX: +0,62%
Paris/CAC 40: +0,64%
Wall Street (mercado futuro):
Nasdaq: +0,17%
S&P 500: +0,20%
Dow Jones: +0,13%
Commodities:
Petróleo Brent: +0,08%, a 65,68 dólares o barril
Petróleo WTI: +0,06%, a 63,45 dólares o barril
Criptomoedas:
Bitcoin: +0,6%, a 105.441 dólares
Ethereum: +1,1%, a 2.637,14 dólares
Entre os indicadores do dia, destacam-se:
05h – Zona do euro – PMI composto de maio
09h15 – EUA – Relatório de emprego da ADP de maio
10h40 – EUA – PMI composto de maio
11h00 – EUA – PMI de serviços de maio
11h30 – EUA – Estoques de petróleo do DoE
14h30 – Brasil – Fluxo cambial semanal
15h – EUA – Livro Bege
Enquanto isso, o mercado brasileiro segue atento aos desdobramentos internos e externos, em meio a um cenário de tensão e expectativa.
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