Pesquisar
Close this search box.
Mato Grosso do Sul, 27 de abril de 2024
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Túnel e explosivos: facção paulista é suspeita de envolvimento em em assalto ‘cinematográfico’ no Paraguai

Eles levaram US$ 16 milhões (cerca de R$ 80 milhões) após escavarem um túnel de 180 metros de extensão e 70 centímetros de diâmetro.
Cofres subterrâneos foram arrombados — Foto: Reprodução
Cofres subterrâneos foram arrombados — Foto: Reprodução

Integrantes da Associação de Trabalhadores Cambistas (ATC) de Ciudad del Este, no Paraguai, denunciaram na manhã desta segunda-feira um mega-roubo ao cofre no qual eram armazenados os valores pertencentes aos associados. Eles levaram US$ 16 milhões (cerca de R$ 80 milhões) após escavarem um túnel de 180 metros de extensão e 70 centímetros de diâmetro.

O local contava com alarmes e sensores, mas ocorreram cortes de energia no local que podem ter sido aproveitados pelos criminosos. Segundo os primeiros dados dos investigadores, membros do grupo Primeiro Comando da Capital (PCC) estariam por trás do roubo multimilionário. Segundo as investigações, paraguaios e brasileiros podem ter formado uma “aliança” para o roubo.

Para abrir o túnel, os ladrões utilizaram mantas acústicas que controlavam o barulho das obras no subterrâneo. Também foram usados equipamentos de perfuração, sensores de movimento e macacos hidráulicos. Ao entrar no túnel para avaliar a situação, policiais recuaram ao se deparar com explosivos.

De acordo com o jornal ABC Color, a situação foi descoberta logo no início do dia, quando os primeiros cambistas chegaram e não conseguiram abrir a porta do local. Ao conseguirem entrar, descobriram que o cofre subterrâneo, no qual eram guardadas as bolsas utilizadas pelos cambistas, foi invadido por desconhecidos que escavaram um túnel com vários metros de extensão.

Em declarações ao ABC Color, Walter Hernán Fernández, presidente da ATC, disse ter sido a primeira vez que o grupo de 148 autônomos que trocam dinheiro nos arredores da Ponte Internacional da Amizade foi vítima desse tipo de ação.

O crime grandioso está na pauta do dia no Paraguai, e mobilizou toda a estrutura policial na fronteira para a localização dos criminosos, que ainda não foram identificados.

Atuação do PCC não é nova

Em 2017, outro assalto considerado cinematográfico assombrou os moradores de Ciudad del Este. Um grupo de cerca de 50 homens armados com fuzis, metralhadoras e granadas explodiu a sede da transportadora de valores Prosegur na cidade vizinha à brasileira Foz do Iguaçu. Os ladrões levaram pelo menos R$ 120 milhões da empresa. Na fuga, incendiaram 15 veículos para dispersar a polícia. Um agente foi morto. Os explosivos danificaram casas próximas e uma concessionária de carros.

Na época, a Polícia Nacional do Paraguai também suspeitou que o mega-assalto tenha sido executado pelo PCC pelo modo de agir e pelo contexto no submundo do crime no país neste momento. A facção criminosa brasileira já estava em processo de expansão no Paraguai.

Em junho de 2016, em outra atuação ousada, a organização matou o traficante Jorge Rafaat Toumani. Até então considerado o “rei da fronteira” com o Brasil, Toumani dominava o tráfico de drogas na divisa de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, com a cidade paraguaia Pedro Juan Caballero. Sua morte abriu caminho para a organização paulista dominar a já consolidada rota do narcotráfico no corredor Bolívia-Peru-Paraguai em direção ao Brasil.

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.