O que parecia um sonho distante de gerações está cada vez mais perto de se tornar realidade. O túnel Santos-Guarujá, que promete unir definitivamente as duas cidades do litoral paulista, ganhou os holofotes na Europa ao ser apresentado pelo Governo Federal como um dos projetos mais ambiciosos do novo PAC. Com grande potencial de transformar a mobilidade da região e ampliar a competitividade do maior porto da América Latina, a obra agora também passou a interessar a gigantes mundiais da construção civil e fundos de investimento internacionais.
A missão internacional começou por Lisboa, onde o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, liderou a comitiva brasileira em um encontro com executivos da empresa Mota-Engil, uma das maiores empreiteiras da Europa. E o motivo da visita não era qualquer obra: trata-se do maior túnel submerso da América Latina, com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros de trecho totalmente imerso sob o canal do estuário de Santos.
A obra terá três faixas por sentido, uma delas exclusiva para o VLT, e acessos para pedestres e ciclistas. Mais de 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e outros 7,6 mil pedestres atravessam diariamente entre Santos e Guarujá por balsas e catraias. O túnel vai mudar completamente essa rotina e garantir uma travessia mais rápida, segura e acessível.
Durante a apresentação, o ministro destacou os pilares que sustentam o projeto. “Essa é uma obra estruturante que vai além da mobilidade urbana. Ela impacta diretamente a logística portuária, a integração regional e o meio ambiente. Estamos oferecendo um projeto maduro, com modelagem robusta e garantias jurídicas que dão segurança ao investidor”, ressaltou Silvio Costa Filho.
A Mota-Engil já atua em mais de 20 países e tem expertise de sobra. Em parceria com a gigante chinesa China Communications Construction Company (CCCC), a empresa participou da construção de grandes túneis submersos como o de Hong Kong-Zhuhai-Macau, considerado um dos mais desafiadores do mundo. O CEO Carlos Mota Santos foi direto ao afirmar que quer participar do projeto brasileiro. “Temos o know-how e a experiência para contribuir com um projeto desse porte. É uma oportunidade que queremos aproveitar”, declarou.
Mas os olhos do mundo não estão voltados apenas para o túnel. O Brasil, segundo o próprio ministro, entrou no radar global como um dos destinos mais promissores para investimentos em infraestrutura. “O presidente Lula está mostrando que o país voltou ao protagonismo. Estamos abrindo as portas para o capital privado e mostrando que temos capacidade de realizar obras de excelência”, completou o ministro.
A comitiva ainda seguirá para a Holanda e a Dinamarca nos próximos dias, onde outros grupos e fundos de infraestrutura também serão apresentados ao projeto. O objetivo é garantir parcerias internacionais, atrair financiamento e acelerar o início das obras, previsto para acontecer ainda no primeiro semestre de 2025.
O presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, relembrou o histórico da travessia entre Santos e Guarujá, que por décadas foi debatida, prometida e nunca executada. “Essa é uma obra esperada há quase um século. Agora temos um projeto viável, com apoio técnico, político e institucional para finalmente sair do papel. O impacto será gigantesco para a mobilidade urbana e para o Porto de Santos, que ganhará em eficiência e agilidade”, disse.
Entre os benefícios diretos listados pela equipe técnica estão a redução no tempo de travessia, o fim das filas nas balsas, o aumento da segurança no transporte de cargas, a melhoria no fluxo de caminhões no porto e a redução de emissão de poluentes. Tudo isso somado à valorização urbana nas duas margens e ao estímulo à economia regional.
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, reforçou que o túnel é mais do que uma ligação física entre duas cidades. “Essa obra tem um papel estratégico para o desenvolvimento do país. Vai melhorar a vida de milhares de pessoas, reduzir o impacto ambiental e fortalecer o porto, que é o coração da nossa economia”, comentou.
Outro ponto que fortalece o projeto é sua modelagem jurídico-financeira. Raimundo Carreiro, ex-ministro do TCU, explicou que o contrato foi cuidadosamente analisado pelos órgãos de controle. “Esse modelo traz garantias para quem vai investir e protege o interesse público. É um exemplo de como unir desenvolvimento com responsabilidade fiscal e jurídica”, afirmou.
Com todos esses ingredientes, o túnel Santos-Guarujá já é considerado um divisor de águas na história da infraestrutura brasileira. Uma obra que promete unir não só duas cidades, mas também o Brasil a um novo tempo de desenvolvimento, inovação e parceria com o mundo.
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