Mato Grosso do Sul, 26 de abril de 2025
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Vacinação contra a dengue ampliada: Ministério da Saúde estende faixa etária para evitar desperdício

Medida busca otimizar doses perto do vencimento e expandir a imunização em novos municípios
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti
A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti

O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (14), uma nova estratégia para ampliar o público que pode receber a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, publicada em nota técnica enviada a todos os estados e ao Distrito Federal, permite que doses próximas ao vencimento sejam aplicadas em faixas etárias maiores e em municípios ainda não contemplados pela campanha de vacinação.

A medida foi tomada para evitar desperdício e aumentar a proteção da população contra a doença, já que milhões de doses da vacina foram distribuídas, mas muitas delas ainda não foram aplicadas.

Quem poderá ser vacinado com a nova regra?

Atualmente, a vacina da dengue oferecida no SUS é voltada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária priorizada com base na alta taxa de infecção nesse grupo. No entanto, com a nova orientação, as regras de aplicação serão flexibilizadas para evitar que doses sejam descartadas.

A ampliação da vacinação seguirá dois critérios principais:

  1. Doses com validade de até dois meses: poderão ser redistribuídas para cidades que ainda não estavam incluídas na campanha e também aplicadas em um público mais amplo, que agora vai de 6 a 16 anos de idade.
  2. Doses com validade de até um mês: poderão ser aplicadas até o limite etário recomendado na bula da vacina, ou seja, em pessoas de 4 anos até 59 anos, 11 meses e 29 dias.

A decisão de aplicar as vacinas a um público maior dependerá da quantidade de doses disponíveis em cada estado e município, além da situação epidemiológica local. A orientação do Ministério da Saúde é que as unidades federativas informem a pasta sempre que adotarem essa estratégia temporária.

Meta é evitar desperdício e aumentar a proteção

A ampliação da faixa etária para receber a vacina contra a dengue acontece em meio a uma preocupação crescente com o baixo índice de aplicação das doses. Desde o início da campanha, em fevereiro de 2024, o governo distribuiu 6,5 milhões de doses para estados e municípios, mas apenas 3,8 milhões foram aplicadas.

O problema é ainda mais grave entre os adolescentes. Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 1,3 milhão de jovens que tomaram a primeira dose ainda não retornaram para completar o esquema vacinal.

A imunização completa exige duas doses, aplicadas com um intervalo de 90 dias. Sem a segunda dose, a proteção contra a dengue pode ser comprometida. Para resolver esse problema, o governo também orientou estados e municípios a reforçarem a busca ativa de quem iniciou a vacinação, mas ainda não completou o esquema.

Como a dengue é transmitida e por que a vacina é essencial?

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, um inseto que se prolifera em locais com água parada. O mosquito pode ser encontrado em praticamente todo o Brasil, principalmente em áreas urbanas.

Após ser picada, a pessoa pode começar a manifestar sintomas entre 4 e 10 dias, com febre alta, dores no corpo, dor de cabeça, fadiga, manchas na pele e, em casos graves, sangramentos. O problema se agrava quando ocorre a chamada dengue hemorrágica, que pode levar à morte.

A vacinação é fundamental porque ajuda a reduzir a gravidade da doença e a sobrecarga no sistema de saúde, evitando internações e complicações mais sérias. No entanto, a vacina não substitui os cuidados diários contra o mosquito, como eliminar recipientes que acumulam água e usar repelentes.

Cuidado com medicamentos: automedicação pode agravar a dengue

Além da vacinação e da eliminação do mosquito, um dos pontos mais importantes no combate à dengue é o cuidado com a automedicação. Muitas pessoas, ao sentirem os primeiros sintomas, tomam remédios sem orientação médica, o que pode ser extremamente perigoso.

Medicamentos como ácido acetilsalicílico (AAS), ibuprofeno e anti-inflamatórios podem agravar o quadro da dengue, aumentando o risco de sangramentos internos e piorando a evolução da doença. O recomendado é que qualquer pessoa com sintomas procure uma unidade de saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado.

O principal remédio recomendado para aliviar os sintomas da dengue é o paracetamol, sempre em doses adequadas e com orientação médica. Além disso, é essencial beber bastante água, sucos e soro caseiro para evitar desidratação, outro fator que pode complicar a recuperação.

Brasil é pioneiro na vacinação pública contra a dengue

O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a oferecer a vacina da dengue no sistema público universal de saúde. A imunização começou em fevereiro de 2024 em 315 municípios e, desde então, foi ampliada para 1.921 cidades.

A escolha das cidades prioritárias foi feita com base no cenário epidemiológico da doença, levando em consideração o número de casos e a circulação do vírus. A decisão foi pactuada entre o Ministério da Saúde, estados e municípios por meio da Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

A vacina contra a dengue, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representa um avanço no combate à doença, que já causou surtos graves em diversas regiões do país. No entanto, o desafio agora é garantir que todas as doses cheguem ao braço da população e que a imunização seja feita de forma completa.

Com a nova estratégia, o governo espera reduzir o desperdício de vacinas e ampliar a proteção contra a dengue, especialmente em um ano de alta transmissão da doença.

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