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Mato Grosso do Sul, 26 de abril de 2024
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Vereador diz que “cachorro na rua tem que matar”; MP investiga

Vereador Eli Corrêa (DEM) defendeu que animais de rua sejam mortos (Reprodução)
Vereador Eli Corrêa (DEM) defendeu que animais de rua sejam mortos (Reprodução)

Durante votação na Câmara Municipal de João Pinheiro (MG) de um projeto de lei para conscientizar crianças sobre a proteção aos animais, o vereador Eli Corrêa (DEM) foi o único parlamentar presente a votar contra e chamou atenção por defender a morte de cachorros de rua. A declaração dele, na segunda-feira, dia 19, revoltou defensores pela causa animal em todo país.

“Cachorro de rua pra mim é perder tempo. Eu, se passar por cima de um cachorro, nem olho pra trás”, diz o legislador em trecho de sua polêmica justificativa. “Cachorro na rua… não é lugar de cachorro não. Cachorro de rua tem que matar”.

Em vídeo da sessão publicado no YouTube, é possível escutar, no minuto 23:30 (assista abaixo), Corrêa pedindo a palavra sobre a pauta do projeto de lei 79 de 2021, de autoria do vereador Alexandro Vieira dos Santos. A proposta, referente ao mês de prevenção a crueldade contra os animais, acabou sendo aprovada por 11 votos a favor e um contra.

“Senhor presidente, eu quero falar um pouco. Esse negócio de cachorro está me incomodando”, discursa Corrêa, acrescentando já ter visto “três pessoas morrerem de leishmaniose de cachorro e gato”.

Corrêa adotou o argumento dos riscos de animais passarem doenças aos humanos, como a leishmaniose visceral, que é transmitida a partir da picada de insetos. Se um cachorro estiver infectado e um inseto picá-lo, então este mesmo inseto poderá transmitir a doença para uma pessoa através de também uma picada.

“Cachorro de rua que vier com toda banda aí, com problema de doença, trazendo problema de saúde para a população”, disse Corrêa. “Cachorro de rua é proibido de estar na rua tentando os outros. Pessoa até morre com a mordida de um cachorro. Tinha que matar ele no tiro, no cacete”.

A forma apresentada pelo parlamentar para combater essas prováveis infecções à população de João Pinheiro foi vista como extrema e desproporcional, desrespeitando os direitos dos animais. Chegou a permanecer em vigor no país por vários anos uma portaria que proibia o tratamento de cachorros com leishmaniose visceral, mas ela foi derrubada por uma decisão judicial em 2013.

O deputado federal Fred Costa (Patriota-MG), que adota a bandeira da causa animal, manifestou indignação perante ao posicionamento do vereador Corrêa e informou, por meio de rede social, ter feito uma representação ao Ministério Público de seu estado sobre o caso, além de uma queixa na Polícia Civil com o objetivo de, segundo ele, levar o vereador à prisão “em cumprimento à lei Sansão”, de sua autoria.

“Também estamos direcionando ofício para Camara Municipal de João Pinheiro solicitando abertura de processo interno, enviando o caso para comissão de ética clamando pela cassação do mandato do legislador Eli Corrêa”, afirmou Costa. “É inadmissível um vereador fazer apologia a crime contra os animais!!!”, acrescentou, destacando: “Chega de impunidade!! Chega de maus-tratos!!”

Conforme disse Costa na postagem, o delegado Bruno Lima, que é deputado estadual por São Paulo e também defende os animais, se posicionou contrário a Corrêa.

“Ele votou contra um projeto de lei que visa conscientizar crianças sobre maus-tratos aos animais e usou frases ABSURDAS para justificar o seu posicionamento‼”, afirmou Lima no Instagram. “NÃO TOLERAREMOS QUEM COMPACTUA COM OS MAUS-TRATOS‼”

Em resposta à publicação dele, a ativista da causa animal Luisa Mell também mostrou revolta pelas falas do vereador.

“Meu Deus do céu!! Como este tipo de gente é eleita?!? @del.brunolima conte comigo! Ele está incentivando maus tratos! Tem q ser punido”, comentou a ativista.

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