Mato Grosso do Sul, 16 de março de 2025
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VÍDEO: Mauro Cid chora em delação ao reclamar de exposição pela imprensa; ‘Desserviço’

A delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revela bastidores de uma trama política e o impacto pessoal das investigações
Imagem - Vinícius Schmidt
Imagem - Vinícius Schmidt

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou pública, nesta quinta-feira (20), a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu depoimento à Polícia Federal, Cid fez revelações sobre os bastidores do governo e a suposta tentativa de golpe de Estado, mas também usou parte do tempo para lamentar a exposição de sua família pela imprensa.

Trechos do depoimento mostram momentos de emoção do militar, que chorou ao falar sobre a divulgação de um áudio de sua filha. No arquivo, a menina mencionava uma intervenção militar e defendia a permanência de Bolsonaro no poder. Cid afirmou que a exposição da gravação causou sofrimento em sua família e criticou a imprensa por divulgar detalhes de sua vida pessoal.

“A imprensa revirou minha vida toda, revirou até a vida do meu irmão, da minha irmã, que nem mora no Brasil, expôs tudo. Expôs áudio da minha filha”, declarou, visivelmente emocionado. Ele relatou que sua filha passou a chorar constantemente após a repercussão do caso, preocupada com o que aconteceria com ele.

O militar também afirmou que está recluso para evitar trazer mais problemas à família e reclamou do que considera perseguição midiática. “Parece que a imprensa não me larga. Parece que qualquer coisinha minha eles querem vazar. Não sei por que acham interessante”, desabafou.

Em outro trecho do depoimento, Mauro Cid falou sobre os impactos financeiros e profissionais das investigações. “Perdi tudo que eu tinha, a família está vendendo os imóveis, eu não tenho minha carreira mais”, disse ele, relatando o peso emocional e as dificuldades enfrentadas desde que se tornou um dos principais alvos da operação da Polícia Federal.

A delação e a denúncia da PGR

A delação de Mauro Cid foi uma peça fundamental para embasar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros aliados. A PGR acusa o ex-presidente de tentar subverter o resultado das eleições de 2022 e se manter no poder por meio de um golpe de Estado.

Na terça-feira (18), a PGR denunciou Bolsonaro, o ex-ministro general Braga Netto e Mauro Cid, além de outros 31 envolvidos, pelos crimes de:

  • Golpe de Estado;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Organização criminosa.

O relatório da PGR aponta que o grupo elaborou um plano para desacreditar o sistema eleitoral e fomentar a ideia de fraude, preparando o terreno para ações extremas caso Bolsonaro perdesse a eleição. Além disso, a investigação sugere que o ex-presidente tinha conhecimento de um suposto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Impacto político e jurídico

A delação de Mauro Cid intensificou a crise política e pode ter sérias consequências para Bolsonaro e seus aliados. A revelação de um possível plano golpista fortalece a tese de que houve uma conspiração contra a democracia, o que pode resultar em processos criminais e inelegibilidade para os envolvidos.

A defesa de Bolsonaro negou todas as acusações e disse, em nota, que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições que o sustentam”. A nota também afirmou que Bolsonaro recebeu “com estarrecimento e indignação” a denúncia da PGR.

Já a oposição vê na delação de Cid uma prova concreta de que houve uma tentativa de golpe e pressiona para que Bolsonaro e seus aliados sejam responsabilizados judicialmente. Parlamentares de diferentes partidos se manifestaram sobre o caso, pedindo rigor na apuração e punição dos envolvidos.

O STF e a Polícia Federal continuarão analisando os desdobramentos da delação e novas provas poderão ser anexadas ao processo, tornando esse um dos episódios mais marcantes da política brasileira recente.

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