A Polícia Federal investiga um novo vídeo que comprovaria a vacinação clandestina, realizada por Cláudia Mônica Pinheiro, apontada como falsa enfermeira em um prédio de luxo da Região Oeste de Belo Horizonte.
O vídeo mostra um diálogo entre ela e uma pessoa não identificada, no edifício. A mulher está vestida com um jaleco branco e leva uma sacola onde estaria a vacina contra a Covid-19.
“A gente consegue comprar em laboratório?”, pergunta ele. Cláudia responde que “essa ainda não”. Então, o homem diz: “Ah tá. Mas é barato, não é?”. E Cláudia fala, “é R$ 600”.
Segundo o delegado Rodrigo Morais, o vídeo será acrescentado aos autos como mais um elemento de prova.
“As imagens das câmeras de segurança do local, os dados de controle de acesso e o depoimento das pessoas que foram vacinadas no local já foram providenciados pela Polícia Federal”, disse ele.
No dia 6 de abril, o morador desse prédio de luxo do bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, disse à Polícia Federal que se vacinou com a falsa enfermeira, pensado ser imunizante contra Covid-19. A corporação trabalha com a linha de investigação de que a vacina é falsa.
Marcelo Martins de Araújo, dono de um haras na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é apontado como a pessoa que indicou os serviços de vacinação da falsa enfermeira, Cláudia Mônica Pinheiro, para empresários da capital.
Ainda de acordo com a PF, Cláudia vacinou moradores de pelo menos três apartamentos do prédio e cobrou R$ 600 pelas duas doses.
Há registros da presença de Cláudia no prédio também nos dias 5 e 22 de março.
Falsa enfermeira
A mulher suspeita de aplicar um suposto imunizante contra a Covid-19 em empresários da capital é a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. Elateve a prisão preventiva anulada pela Justiça Federal, mas a PF disse que a decisão não muda os rumos da investigação. Na casa da cuidadora de idosos, os investigadores encontraram ampolas de soro fisiológico e seringas, novas e usadas.
A principal hipótese da investigação é de que houve golpe: os empresários e políticos, na vacinação organizada na garagem da empresa de transportes, e também os moradores que receberam a falsa enfermeira em condomínios de luxo de BH, provavelmente tomaram doses de uma falsa vacina contra a Covid-19.