Mato Grosso do Sul, 27 de junho de 2025
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VÍDEO: Violência escolar em Campo Grande escancara falhas na proteção a adolescentes

Briga entre estudantes termina em tentativa de homicídio com faca na saída de escola pública; caso revela tensão crescente no ambiente escolar e mobiliza autoridades e comunidade local
Imagens - Direto do Fato
Imagens - Direto do Fato

Uma cena brutal e perturbadora abalou a noite da última quarta-feira, 25 de junho, em Campo Grande. Uma adolescente foi esfaqueada por uma colega de 16 anos nas imediações de uma escola estadual da capital sul-mato-grossense. O caso, que se espalhou com rapidez pelas redes sociais e chocou pais e professores, levanta mais uma vez o debate sobre os limites da violência entre jovens e a fragilidade da segurança nas unidades de ensino.

O ataque aconteceu por volta das 22h30, logo após o término das aulas, e foi testemunhado por outros alunos. Imagens gravadas por celulares mostram o momento em que as duas adolescentes entram em luta corporal até que uma delas, já no chão, começa a ser brutalmente atacada a facadas. Em meio à confusão, gritos, correria e indignação tomaram conta do entorno da escola. Só após a intervenção de outro estudante, que empurrou a agressora, foi possível cessar temporariamente o ataque.

De acordo com relatos, a motivação para o crime teria sido banal. Segundo uma moradora da região que socorreu a vítima, o desentendimento começou dentro da sala de aula, quando a agressora interpretou o olhar da outra estudante como uma provocação. “Ela cismou que a menina olhou feio e disse para todos que, na saída, iria pegá-la”, relatou a mulher, visivelmente abalada.

Durante a tentativa de fuga, a agressora teria se embrenhado em uma área de vegetação próxima à escola. Conhecida na região por envolvimento em outras confusões, a jovem agora está na mira da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), que conduz a investigação. A Polícia Civil já colheu depoimentos, inclusive do pai da vítima, e segue com as diligências.

A adolescente ferida, por sua vez, foi socorrida inicialmente por uma moradora que, após ouvir os gritos de socorro, a levou até a casa de um familiar e de lá para uma UPA. Mais tarde, foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande, onde permanece internada. Os ferimentos foram graves: o tendão de uma das mãos foi atingido, ela sofreu cortes profundos no corpo e teve parte do cabelo raspado em virtude dos ferimentos no couro cabeludo. Deverá passar por cirurgia nos próximos dias.

“A única coisa que ela dizia era que não queria brigar com ninguém. Me pedia socorro, implorava por ajuda”, declarou emocionada a mulher que prestou os primeiros socorros. Em sua fala, um alerta angustiado: “Essas crianças estão sem noção, brigando por nada. Se aquele menino não tivesse empurrado a outra, ela teria matado a menina ali mesmo.”

A Secretaria de Estado de Educação (SED/MS) emitiu nota afirmando que acompanha de perto os desdobramentos do caso e auxilia nas investigações em curso. A instituição destacou que a agressão ocorreu fora do ambiente escolar e acionou tanto a Polícia Militar, por meio da Ronda Escolar, quanto o Conselho Tutelar. O caso também foi registrado no Sistema de Notificação de Ocorrências Escolares (SNOE).

“O fato aconteceu fora do ambiente escolar, nas imediações da escola, após o término das aulas. A direção já segue protocolo da Rede Estadual de Ensino, conforme Regimento Escolar”, diz trecho do comunicado oficial. A Secretaria assegura que manuais de conduta e redes de apoio psicológicas estão disponíveis para as instituições públicas de ensino.

Apesar disso, o episódio escancara uma realidade incômoda. Casos de violência envolvendo jovens estudantes não são isolados e revelam uma escalada de tensão nas escolas públicas e privadas do país. Além de exigir maior presença do Estado e da comunidade escolar, o incidente também põe em xeque a capacidade preventiva dos órgãos públicos frente ao comportamento de adolescentes em situação de risco social e emocional.

Em um país onde a evasão escolar, a vulnerabilidade familiar e a exposição a conteúdos violentos têm aumentado, cenas como a registrada em Campo Grande não podem mais ser tratadas como exceções. É urgente promover um pacto entre pais, professores, poder público e a sociedade civil para resgatar o ambiente escolar como espaço de aprendizado, respeito e segurança.

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