Um alerta global foi emitido pelo Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) nesta semana devido ao avanço da gripe aviária, também conhecida como influenza aviária. A entidade afirmou que a disseminação do vírus atingiu proporções preocupantes, exigindo ações coordenadas e urgentes de governos, indústrias e comunidades para conter os surtos e mitigar os riscos à saúde humana e animal.
De acordo com o órgão, o vírus H5N1, uma das variantes mais letais da gripe aviária, tem registrado uma expansão sem precedentes em diferentes regiões do mundo. A OMSA destacou que, além de afetar milhões de aves selvagens e de criação, o vírus também representa uma ameça crescente à saúde humana devido ao risco de transmissão cruzada.
“Estamos diante de um cenário que requer atenção global imediata. A colaboração entre países é essencial para fortalecer a vigilância, implementar medidas de biossegurança e desenvolver respostas rápidas”, afirmou a diretora-geral da OMSA, Dra. Monique Eloit.
O virologista Dr. Roberto Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destacou que a situação é um reflexo da interconexão entre as populações humanas e animais. “A intensificação da produção animal, somada ao aquecimento global, favorece a disseminação de doenças como a gripe aviária. Precisamos investir em pesquisas para entender melhor os mecanismos de transmissão e prevenir futuras crises.”
Impactos no setor agropecuário
A gripe aviária tem provocado prejuízos significativos no setor agropecuário, com a morte de milhões de aves e a necessidade de abate em larga escala para conter os surtos. Além disso, restrições comerciais e perdas econômicas afetam diretamente produtores rurais e as cadeias de abastecimento alimentar.
No Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, a preocupação é crescente. Apesar de o país não ter registrado casos da doença em aves de produção até o momento, o Ministério da Agricultura intensificou a vigilância sanitária e reforçou protocolos de biossegurança.
Para o engenheiro agrônomo Eduardo Lima, especialista em biossegurança aviária, é imprescindível que os produtores sigam as orientações das autoridades sanitárias. “Medidas simples, como controle de acesso às granjas e desinfecção de equipamentos, podem fazer uma grande diferença na prevenção de surtos. A prevenção sempre será mais barata e eficaz do que lidar com as consequências de um surto.”
Riscos à saúde humana
Especialistas alertam que, embora a transmissão do vírus para humanos seja rara, casos esporádicos já foram registrados, principalmente em indivíduos que tiveram contato direto com aves infectadas. A OMS monitora de perto a situação para evitar uma potencial pandemia.
A prevenção inclui evitar o contato com aves doentes, reforçar medidas de higiene e garantir a correta manipulação de alimentos de origem aviária. “Estamos lidando com um vírus que pode evoluir e representar riscos imprevisíveis à saúde global. A vigilância é fundamental”, afirmou a Dra. Maria Van Kerkhove, especialista em doenças infecciosas da OMS.
O epidemiologista Dr. Luiz Carlos Pereira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), enfatizou a importância de sistemas de monitoramento eficazes. “Precisamos de uma integração entre saúde pública e veterinária para detectar rapidamente surtos e evitar que eles se espalhem. Essa é uma estratégia crucial para minimizar os impactos.”
Apelo à ação global
A OMSA pede maior colaboração entre países para compartilhar dados, desenvolver vacinas eficazes para aves e humanos e garantir recursos para conter a disseminação do vírus. A organização também reforçou a importância de campanhas de conscientização pública sobre a doença.
A gripe aviária é um lembrete de que a saúde animal, humana e ambiental estão interligadas. Sem ações coordenadas, o impacto da doença pode ser devastador para ecossistemas, economias e populações ao redor do mundo.
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